Uma linda manhã
"Os tons suaves da madrugada de uma linda manhã caíam igualmente sobre campo e corrente e tingiam toda a criação com seus matizes rosados. As margens ricamente coloridas brilhavam a luz quente, que fazia as flores gotejantes da floresta, as samambaias e flores da praia, todas luzirem e reluzirem como joias. Sobre o rio, aqui e ali, manchas de vapor ascendendo obscureciam em parte suas camadas de ouro cintilantes, até que uma leve brisa levou para longe a neblina na mais sutil das nuvens. Os peixes pulavam nas águas fumarentas; vívidos martins-pescadores azul-bronze dardejavam desde seus poleiros nos esqueletos de troncos descorados encalhados à beira d´água; garças brancas deslizavam à superfície do rio com as asas bem abertas; nuvens de periquitos barulhentos e tagarelas passavam pelo ar; numerosos passarinhos miúdos chilreavam e gorjeavam e reverberavam de penhasco a penhasco das barrancas. Era um quadro que, mesmo na ausência de conforto pessoal, não se podia deixar de contemplar com deleite, e toda a natureza parecia dar boas-vindas à aurora cor-de-rosa e ao ar puro e fresco, depois da noite escura e ameaçadora." James W. Wells (1841-?). Explorando e viajando três mil milhas através do Brasil: do Rio de Janeiro ao Maranhão. 1995, v. 2, p. 156.
Garça-real. Pilherodius pileatus. Augusto Ruschi. Aves do Brasil. v. 2, 1986. Ilustrações de Etienne e Yvone Demonte Acervo da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna - Museu Goeldi |
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