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Mostrando postagens de setembro, 2021

Os cipós

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         Os verdadeiros cipós, cujo tronco principal tem o mesmo crescimento exagerado que nos arbustos-cipós se observa só em certos galhos, influem mais na fisionomia da vegetação litoral dos furos que estes. São principalmente as Passifloraceas e as Bignoniaceas [...], que envolvem os troncos e descem em elegantes festões das copas de árvores altas, produzindo aqui e acolá aquelas cortinas de verdura matizadas de flores brancas, roxas ou cor de rosa que tanto impressionam o viajante. Munido om gavinhas , como estes cipós, encontramos ainda o Cissus sicyoides L. que entre todos os seus congêneres tem a particularidade de poder desenvolver raízes aéreas que, tais como fios suspensos, descem verticalmente dos galhos mais altos. [...]. FONTE: HUBER, Jacques. Contribuição à geographia physica dos furos de Breves e da parte occidental de Marajó. Boletim do Museu Paraense de Historia Natural e Ethnographia (Museu Goeldi), Belém, t. 3, fasc. 1-4, p. 488, 1902. Bignonia purpurea   The Ga

Os japiins cantam contentes

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          Na ramaria assanhada da sumaumeira da barranca, onde fizeram o seu ninho entrincheirado atrás de três casas de formigas-de-fogo e de cabas, os japiins cantavam contentes, numa algazarra de festa: "xa-ço-xa-ço ... Arremedando todos os pássaros, imitando todas as vozes da selva brava, os japiins conservam, através dos tempos, nas solidões amazônicas, as canções do folclore ornitológico das matas virgens... FONTE: PEREGRINO JUNIOR. A mata submersa e outras histórias da Amazônia . Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1960. p. 36. Japiim   Swainson, William. A selection of the birds of Brazil and Mexico -  the drawings, 1841.  www.biodiversitylibrary.org

O encontro com uma onça

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         [...]. Agora tínhamos que circunavegar a ponta norte da Ilha das Onças que ficava defronte do Pará. Rumamos para lá, primeiro com a maré rio acima, no que o vento contrário do mar, porém, nos atrasava muito, porque em luta com a corrente provocava ondulações; já tínhamos também feito a triste experiência de que devido ao grande excesso de peso na proa, que o barco recebera em consequência da má distribuição da carga, o leme quase sem ação. Por muito tempo ainda as luzes do Pará brilharam atrás de nós, parecendo flutuar no rio; no entretanto, a maré nos aproximava da ilha, de maneira que prosseguimos ao longo da escura floresta. Por fim, depois de muitas horas de árduo trabalho com os curtos remos índios, avistamos diante de nós uma luz à esquerda: o Furo (canal) da Ilha das Onças, na ponta norte da ilha, [...]. Rumamos diretamente para lá;  a nossa esquerda ficava a Ilha das Onças, da qual se estende um banco no canal, e à direita a ilhota "do Fortim". [...].        

Uma ilha coberta de imbaúbas

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               O banco arenoso estava sendo coberto pelas águas com a cheia do rio; em plena estação seca tem cerca de uma milha de comprimento por meia milha de largura. Os canoeiros adoram estes espaços abertos, que são grande alívio à monotonia da floresta que reveste a terra em todas as outras partes do rio. Mais para o ocidente são mais frequentes e mais extensos. Ficam geralmente na ponta superior das ilhas. Estas, de fato, originam-se dos depósitos de matéria vegetal, formada pelas plantas e árvores que crescem num baixio. A ilha estava coberta de imbaúbas ( Cecropia peltata ), de tronco oco e casca lisa. Suas folhas são de aspecto semelhante ao das do castanheiro, mas imensamente maiores; a face inferior é branca, e quando o abençoado vento geral sopra, elas mostram suas faces prateadas, bom sinal para o canoeiro fatigado. O modo de crescimento desta árvore é curioso: os ramos nascem quase em ângulo reto com o tronco, os ramos menores formam círculos menores em torno deles, e a