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Mostrando postagens de outubro, 2020

Uma das mais belas árvores da floresta

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"Uma das mais belas árvores da floresta é o caju-açu ( Anacardium spruceanum , Bth.). Suas folhas, especialmente quando novas, são brancas em cima e esverdeadas embaixo. Quando bem novinhas, são rosadas. Caso se encontrem na vertente de um vale e sejam vistos da vertente oposta, ficam ainda mais belos, deixando ver sua copa branca e folhosa, matizada de delicadíssimas tonalidades róseas e juncada de frutos escarlates. Quanto a estes, têm formato exatamente idêntico ao do caju comum, mas são um pouquinho menores e de sabor intensamente ácidos. Examinamos diversas dessas árvores e, vendo que elas eram praticamente do mesmo tamanho, achamos que poderiam ter sido plantadas pelos nativos numa mesma época. [...]. FONTE: SPRUCE, Richard. Notas de um botânico na Amazônia . Belo Horizonte: Itatiaia, 2006. p. 177. il. Caju-açu Witsen, N.; Jager, H. de.  Plantae Javanicae pictae , v. 5855, 1700.  www.plantillustrations.org  

Aninga (Montrichardia arborescens)

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"... As margens desses rios de água doce são sempre cobertas dessa vegetação: os aningais. A planta é a que os botânicos chamam Montrichardia arborescens da família das aráceaas. Atinge a quatro e seis metros de altura; tem um látex ou coisa semelhante que produz prurido cáustico; fornece também fibra têxtil. Finalmente, a aninga é a alimentação da cigana ...".   FONTE: LUSTOSA, Antônio de Almeida. No estuário amazônico : à margem da visita pastoral. Belém: Conselho Estadual de Cultura, 1976. p. 319.                                                                                            Aninga ( Montrichardia sp.)                                                             Peyritsch, J. J.; Schott, H. W. Aroideae Maximilianae. t. 21. 1879.                                                                                           www.plantillustrations.org

Lendas e curiosidades: O Taperebazeiro

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"Taperebazeiro na língua geral Tapereyua. Com o taperebazeiro, que é uma das árvores mais luxuriantes e vistosas da floresta amazônica, dá-se um caso que o fixou, de modo absoluto, na história das crendices do vale. O imenso poder que desfruta ao contato do solo permite-lhe a faculdade de resistir a todos os vendavais, por mais fortes que sejam. Conta Stradelli que, "quando um taperebazeiro cai derrubado pela tempestade, se não cai no rio e não é carregado por este, rebenta logo por todos os lados, deitando raízes e brotando por todos os pontos em que fica em contato com o solo. Por essa causa, reza a lenda, quando o jaboti fica preso debaixo de outra qualquer espécie de árvore, porque é dotado de vida dura e que pode aguentar longos jejuns, fica resignado e diz em tom de mofa: "Tu não és de pedra, hás de  apodrecer e eu sairei". Se, porém, fica debaixo de um taperebazeiro, perde logo toda e qualquer esperança, porque sabe que não apodrece, e, metendo novas raízes,

Frequentes e variadas Aráceas

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"Enquanto que nas matas onde predominam os tachis e as mungubas, as plantas trepadeiras são em sua maior parte de curta duração, tendo, como as do imbaubal, o seu principal período de vegetação e florescência durante o tempo da enchente, a mata das várzeas altas possui já um grande número de verdadeiros cipós, pertencendo principalmente às famílias das Leguminosas, Dilleniaceas, Menispermáceas, Sapindáceas, Malpighiáceas, Bignoniáceas, e em grande parte aos gêneros representados também nas matas da terra firme. Frequentes e variadas são as Aráceas que trepam por meio de raízes, e a mesma forma de vegetação têm algumas espécies de Fetos, Piperáceas, Bignoniáceas e Cyclantháceas. Também nas pequenas plantas que cobrem o chão e no maior número de verdadeiras epífitas mostra-se a organização mais perfeita desta mata. [...]". FONTE: HUBER, Jacques. Mattas e madeiras amazônicas.  Boletim do Museu Goeldi (Museu Paraense) de Historia Natural e Ethnographia , Belém, t. 6, p. 111, 1910

Cuieira (Crescentia cujete)

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"À tarde, refrescou um pouco; fomos visitar a plantação de bananeiras. Perto de casa, e sentamo-nos, não longe da margem, embaixo duma enorme cabaceira que dá uma sombra fechada, não só por causa de sua luxuriante folhagem como porque os seus ramos estão cobertos de parasitas; um musgo escuro e veludado esconde a casca da árvore e forma um marcado contraste com a cor verde-pálido dos frutos lustrosos cujo envernizado sobressai assim ainda mais. Digo uma "cabaceira" simplesmente por causa do uso que se faz dos frutos dessa árvore; aqui esta árvore se chama uma "cuieira" ( Crescentia cujete ) e a vasilha que se faz com seu fruto é uma "cuia". Esse fruto é de forma esférica de um verde brilhante e belo polimento; o tamanho varia desde o da maçã até o dum volumoso melão. O interior é constituído por uma polpa mole e esbranquiçada que se retira facilmente cortando a cuia pelo meio; deixa-se em seguida secar a casca e fabricam-se desse modo lindas taças e v

Belém do Grão-Pará: As frutas de Belém

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  "Quem  percorre o Brasil, de norte a sul, e vai visitando um por um dos mercados das metrópoles patrícias, ao chegar a Belém fica assombrado com a abundância de frutas. [...]. Em Belém todas as frutas da planície aclimadas e nativas, são abundantes capazes de abastecer esquadras, de serem vendidas às toneladas. Desde o bacuri, dádiva celeste, até aos taperebás, as tangerinas, aos uxis, aos umaris, às sapotilhas, aos ananases, às bananas, às mangas, aos abacates, aos mamões, às laranjas, aos araçás, aos abricós, às jacas, aos cupuaçus, às pupunhas, aos abius, às melancias, aos cajus, aos melões, às goiabas, aos açaís e às bacabas, os vários mercados da capital andam entulhados deles. Parece incrível que se consuma tanta fruta, pois os aparadores públicos permanecem repletos dessas joias botânicas oriundas das rocinhas da cidade e dos sítios dos arredores. Os frugívoros aqui podem viver como no Éden vivia nossa mãe Eva e nosso pai Adão. E se, como é provável, não encontrarem a maç

A primeira viagem à Amazônia

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"O pequeno avião de carga e passageiros partiu do aeroporto de Congonhas em São Paulo, com destino a Belém, capital do Pará. Para mim e para minha acompanhante, Rita, essa era nossa primeira viagem à Amazônia e nosso entusiasmo era enorme. Estávamos ambas vestidas para a selva - ou pelo menos pensamos que estávamos: calça jeans, camisa de manga longa, chapéu de palha e botas. Nossas sacolas repletas não comportavam qualquer peso adicional, e minha mochila já estava sobrecarregada com tubos de tinta e livros de desenho. Tivemos nossa primeira demonstração do calor tropical ao descer do avião no aeroporto de Belém, pois, apesar da pequena cidade encontrar-se à sombra de vastas mangueiras, o calor era intenso. Permanecemos em Belém por alguns dias, explorando, passeando no porto e visitando mercados fascinantes. Quando ficávamos cansadas, sentávamos em uma sombra fora do hotel e bebíamos um delicioso suco de maracujá da região". FONTE: MEE, Margaret. Flores da floresta amazônica

Palmeira Marajá

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"(...). A estrada que levava até lá passava no meio de uma bela mata, que exibia muitas árvores gigantescas. Senti falta, ali, das palmeiras açaí, miriti, paxiúba e outras, só encontradas em solo mais fértil; não era incomum, porém, a bela bacaba, vendo-se também  uma grande diversidade de espécies anãs da palmeira-marajá ( Bactris ), uma das quais, denominada peuririma , era muito elegante, chegando sua haste, que era da grossura de um dedo, a alcançar quatro ou cinco metros de altura. (...)". Fonte: BATES, Henry Walter. Um naturalista no rio Amazonas. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed da Universidade de São Paulo, 1979. p. 118. (Reconquista do Brasil, v. 53). Marajá ( Bactris maraja)     Orbigny, A. D. d´ Voyage dans lÁmerique Méridonale, v. 7, n. 3, t. 7, 1847.   www.plantillustrations.org