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Mostrando postagens de junho, 2023

Os frutos da palmeira urucuri (Attalea excelsa)

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[...]. As terras mais secas eram às vezes extraordinariamente aformoseadas por moitas de palmeiras urucuri ( Attalea excelsa ), que crescem aos milhares sob às copas das gigantescas árvores da mata, hastes colunares e lisas são todas quase da mesma altura (quarenta ou cinquenta pés) e largas folhas finamente pinadas se cruzam no alto, formando arcadas e docéis de formas elegantes e variadas. O fruto desta palmeira amadurece no Alto Amazonas em abril, e durante nossa viagem vi imensas quantidades espalhadas pelo chão, nos lugares em que acampamos. É do tamanho e forma de uma tâmara, e sua polpa carnuda é de agradável sabor. Os índios não o comiam. Eu estava surpreso   com isto, pois eles devoravam sofregamente muitas outras qualidades de frutos de palmeiras, cuja polpa rançosa e fibrosa era muito menos gostosa. Vicente balançou a cabeça, quando me viu um dia comendo certa quantidade de frutos de urucuri. Não sei se não foram eles os causadores de uma grave indigestão que sofri durante m

Mata extraordinariamente variada

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                  [...]. A mata era extraordinariamente variada. A copa arredondada de algumas árvores gigantescas, pertencentes à ordem das leguminosas e das bombáceas, se elevava muito acima da altura média de muralha de verdura. A palmeira miriti, de folhas em leque, aparecia aqui e ali no meio das outras árvores, com um outro espécime sobressaindo acima do resto, ereto como uma coluna. A graciosa palmeira-açái formava pequenos grupos e compunha, com sua plumosa folhagem, um belo quadro que tinha por fundo a compacta massa de verdura. A ubuçu, de porte menor, mostrava apenas o seu folhudo e denso penacho, cujo tom de verde, claro e luminoso, contrastava com os matizes mais sombrios das folhagens ao redor. A ubuçu crescia ali em abundância; a palmeira-jupati ( Raphia taedigera ), igualmente notável, é, como a ubuçu, característica da região, mas eram poucas as que se viam ali, projetando suas longas folhas esfiapadas, de cerca de dez metros de comprimento, em grandes arcos por sobre

Por todos os lados surgem fustes de palmeiras

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     Como a manhã está muito clara, as massas de vegetação destacam-se em vários planos e há um quê de cenário teatral nesses amplos panos de verdura e bambolinas muito verdes recortadas sobre o azul do céu. Numa delas, pousa imóvel um maguari.         Por todos os lados, surgem fustes de palmeiras. São inajás portentosas, bosques de jauaris, esguias urucuris, marajás, tucumãs, patauás ... FONTE: CRULS, Gastão.  A Amazônia que eu vi : Óbidos-Tumucumaque. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1938. p. 53. (Biblioteca Pedagógica Brasileira. Brasiliana. Série 5a., v. 113). Palmeira Jauari J. Barbosa Rodrigues. Sertum palmarum brasiliensium . 1903.