Os frutos da palmeira urucuri (Attalea excelsa)

[...]. As terras mais secas eram às vezes extraordinariamente aformoseadas por moitas de palmeiras urucuri (Attalea excelsa), que crescem aos milhares sob às copas das gigantescas árvores da mata, hastes colunares e lisas são todas quase da mesma altura (quarenta ou cinquenta pés) e largas folhas finamente pinadas se cruzam no alto, formando arcadas e docéis de formas elegantes e variadas. O fruto desta palmeira amadurece no Alto Amazonas em abril, e durante nossa viagem vi imensas quantidades espalhadas pelo chão, nos lugares em que acampamos. É do tamanho e forma de uma tâmara, e sua polpa carnuda é de agradável sabor. Os índios não o comiam. Eu estava surpreso  com isto, pois eles devoravam sofregamente muitas outras qualidades de frutos de palmeiras, cuja polpa rançosa e fibrosa era muito menos gostosa. Vicente balançou a cabeça, quando me viu um dia comendo certa quantidade de frutos de urucuri. Não sei se não foram eles os causadores de uma grave indigestão que sofri durante muitos dias.

FONTE:

BATES, Henry Walter. O naturalista no rio Amazonas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1944. v. 2. p. 160-161. (Biblioteca Pedagógica Brasileira. Série 5a. Brasiliana. v. 237-A).


Attalea sp.
Pintura de Marianne North (1830-1890)



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