Viajantes: Bacaba (Oenocarpus distichus Mart.)
"Aí crescia em abundância uma nobre palmeira, que dava caráter peculiar ao distrito, o Oenocarpus distichus, uma das muitas bacabas dos nativos. Alcança quarenta a cinquenta pés de altura. A copa é verde-escura brilhante e de forma singularmente achatada ou comprimida, pois as folhas estão dispostas de um e outro lado, quase no mesmo plano. A primeira vez que vi esta árvore nos campos, onde o vento leste sopra com fúria noite e dia, meses a fio, pensei que a forma fosse devido a que as folhas seguissem um mesmo meridiano pela ação constante dos ventos. Mas o plano de crescimento nem sempre concorda com a direção do vento, e a copa tem a mesma forma quando a árvore cresce em bosques abrigados. O fruto desta bela palmeira amadurece no fim do ano e é muito apreciado pelos naturais, que com ela fabricam agradável bebida, semelhante ao açaí, [...], destacando a polpa dos caroços e misturando-a com água. [...]. A bebida tem aspecto leitoso e gosto agradável de nozes. Henry Walter Bates (1825-1892). O naturalista no Rio Amazonas. 1944. v. 2, p. 42.
Oenocarpus distichus Mart. J. Barbosa Rodrigues. Sertum palmarum brasiliensium. vol. 1, t. 38, 1903. |
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