Viajantes: Jardins em miniatura!


"[...]. Quanto à navegação gozei aqui pela primeira vez um espetáculo que só se pode ter nas cachoeiras e mesmo aqui só no princípio da vazante; todas as pedras desta cachoeira estavam cobertas de verdadeiras almofadas de Podostemaceae. O desenvolvimento destas plantas minúsculas e graciosas podia ser estudado aqui em todas as suas fases, do primeiro véu ligeiro e esverdeado que se mostra nas pedras ainda completamente submersas, até as camadas espessas e luxuriantes da folhagem plenamente desenvolvida à flor d´água, até  as milhares e milhares de florzinhas que elevam suas mimosas corolas brancas em galhinhos transparentes de cor de rosa nos lugares apenas abandonados pelas águas e até os restos quase invisíveis formados pelas plantas dissecadas que se encontram nas partes mais altas do pedral. Quem passa algumas semanas mais tarde pelo mesmo lugar não vê mais vestígio nenhum destes jardins em miniatura, cuja graça ainda é exaltada pelo contraste do deserto de pedras e águas tempestuosas que os rodeia". Emília Snethlage (1868-1929). A travessia entre o Xingú e o Tapajós. Boletim do Museu Goeldi (Museu Paraense) de Historia Natural e Ethnographia, Belém, v. 7, n. 1-4, p. 55, 1910.
 
 
 
 
Uma paisagem de Podostemaceas.
 Boletim do Museu Paraense  de Historia Natural e Ethnographia 


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