Um quadro da Natureza


"Longe do convívio dos homens civilizados, nesses ignotos rincões do rio Chavantinho, onde a pouca mata marginal aromatiza a aragem fresca do rio, onde as riscas de areia branca e fina emergem das águas calmas e silenciosas que correm sempre, multiplicando nesse trabalho perene as espécies de peixes, quelônios, anfíbios e convidando as aves aquáticas ao fácil repasto, aos cardumes da rica ictiofauna regional que ficam retidos nessas extensas línguas d´água, o olhar do viandante pode surpreender quadro lindíssimos, policrômicos, como este que estamos vendo onde os colhereiros (Ajaja ajaja), róseos como uma joia da ornitologia indígena, passeiam ao longo das praias desertas, á sombra dessa cortina verde, de flores e ramagens que se refletem na água azulada que corre, corre sempre, levando, boiando na corrente, pétalas de flores perdidas do sertão, como as saudades que em nossos corações são levadas na torrente da vida". Agenor Couto de Magalhães. Encantos do oeste. 1945, p. 203.
 
 
Colhereiro (Ajaja ajaja)
Ilustração de J. Th. Descourtilz


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