Viajantes: A Mata: aqui a natureza é eterna.
"O chão da mata é muito pouco iluminado, pois o sol mal consegue vencer a sombra das árvores. Quando se caminha dentro dela, têm-se a impressão de estar andando numa catedral iluminada por vitrais escuros, da cor da folhagem. O chão desse templo é recoberto de samambaias, e sente-se, na sombra, uma frescura de porão.
A natureza aqui é eterna; não existem árvores estéreis. A floresta é tão espessa, que os índios que lá vivem ficariam espantados de saber que em nosso país os homens "plantam" as árvores. "Em nossa mata" diriam eles, "para plantar uma árvore teríamos de derrubar, antes, umas vinte".
Nenhuma árvore vive sozinha. Cada gigante sustenta outros seres vivos. De cada ramo pendem orquídeas, trepadeiras e plantas aéreas, envolvendo as árvores, como se estas fossem múmias. Grandes cipós, grossos como cordas, passam de uma árvore a outra, tecendo espécies de colgaduras verdes em toda a floresta. O chão nunca se encontra perfeitamente seco; musgos e líquens, úmidos como esponjas, estão sempre a brotar as folhas mortas, e há um contínuo pingar, um gotejar sem fim, de água acumulada nas mil e uma plantas que se acham presas às árvores.
Alegre flores fazem da mata um jardim tropical. De algumas árvores pendem cachos de frutos. Aqui e ali vêm-se palmeiras carregadas de cocos. É aí que brincam e se alimentam os macacos e os pequeninos saguis. Sente-se o cheiro da terra úmida e, no ar, o perfume das flores. Os odores de plantas desconhecidas enchem os dias e as noites com perfumes de jardim". Victor W. von Hagen (1908-1985). Os animais da América do Sul. s.d. p. 41-43.
Floresta brasileira. Dr. Hermann Burmeister (1807-1892) . Viagem ao Brasil 1952. |
Prezada Olímpia, parabéns pelo trabalho. Acabei de solicitar a sua amizade no facebook e deixei uma mensagem que deve estar na sua caixa de Outros. Grata se puder lê-la.
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