As grandes borboletas azuis

        [...]. Na manhã seguinte, prosseguimos pelo igarapé acima até que deixamos para trás a última casa. Daí em diante seria  a selvagem, indomada e desabitada floresta virgem. O igarapé era estreito e meândrico. Sua correnteza era muito forte, especialmente nas curvas. O leito estava em muitos pontos obstruído por árvores e arbustos caídos. Como as galharias das árvores quase se encontravam por cima das águas, todo o igarapé parecia sombrio e silencioso a mais não poder.

      Num ambiente assim tão lúgubre, só muito raramente avistávamos alguma flor. Víamos ocasionalmente, adejando sobre as águas ou pousadas numa folha, as grandes borboletas do gênero Morphos. De vez em quando passava por nós, voando velozmente, um numeroso bando de arirambas-verdes.

FONTE:

WALLACE, Alfred Russel. Viagens pelos rios Amazonas e  Negro. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1979. p. 87. (Reconquista do Brasil, v. 50).


 Borboleta do gênero  Morpho
Ilustração de Maria Sybilla Merian (1647-1717)


 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tajá: uma planta interessante

Lendas e curiosidades: O Tucano e seu grande bico!

Lendas e Curiosidades: O Sabiá-laranjeira.