Um encanto de vegetação

        [...]. Ao amanhecer, ficamos algum tanto afastados de terra para dentro do rio, que se assemelhava ao oceano, por causa dos seus desagradáveis e fortes balanços, o que me obrigou a levantar-me muito lânguido e muito cansado do meu esconso leito.

        Cerca das dez horas, alcançamos a boca do igarapé, ou pequeno rio, pelo qual deveríamos entrar e subir. Fiquei, desde logo, muito contente de ter entrado em águas tranquilas.

        Paramos para almoçar em um bonito lugar, debaixo de uma linda árvore, onde saboreei uma xícara de café com biscoitos, enquanto os homens se fartavam de peixe e de farinha. [...].

        Fiquei deveras encantado ante a beleza da vegetação. Esta ultrapassava tudo que eu até então tinha visto. A cada volta do rio, algo de novo se nos apresentava.

        Ora um enorme cedro, que pendia sobre as águas, ora uma enorme árvore de algodão-seda que se destacava, como um gigante, acima da floresta.

        Viam-se continuamente as esbeltas palmeiras açaís em vários grupos, muitas vezes erguendo os seus troncos uns cem pés para cima, ou se arqueavam então em graciosas curvas, quase encontrando as da margem oposta. [...]. 

FONTE:

WALLACE, Alfred Russel. Viagens pelo Amazonas e Rio Negro. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2004. p. 134. (Edições do Senado Federal, v. 17).


Palmeiras açaí. Praça Batista Campos - Belém-Pará-Brasil
Fotografia de Olímpia Reis Resque


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