O Maguari

    No palco decorado pelas cúpulas das árvores marginais, fundo negro da mata ribeirinha, areia alvíssima da praia e lençol tranquilo da água que desliza lentamente, vê-se o grupo de quatro jaburus moleques [...], sábios taciturnos dessas paragens  solitárias, pernaltas prudentes das ilhas e praias do Araguaia.

    Vivem mariscando no fundo desses depósitos d´água, que com a baixa do rio isolam-se da caudal, aprisionando peixinhos e mariscos que são facilmente pescados por essas aves.

    Há uma rica nomenclatura popular para designar esse deselegante pernalta: "Baguary" ou "Maguari", "Tabuiaiá" ou "Tapucajá", Canauan" e na Amazônia, segundo Ihering, "Cegonha". É idêntico ao jaburu, legítimo Mycteria, porém de porte menor, bico ligeiramente rosado e curvo pescoço coberto com penas e cabeça calva.

FONTE:

MAGALHÃES, Agenor Couto de. Encantos do oeste: um pedaço do Brasil onde o homem se identifica com a natureza. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1944. p. 98., il.


Jaburu, Maguari e Cabeça-seca. 
Augusto Ruschi. Aves do Brasil. v. 2, 1986.
Ilustrações de Etienne e Yvone Demonte



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