Grupos espalhados de palmeiras

         [...]. As regiões situadas mais alto, mais secas, eram revestidas de arbustos cerrados, em parte sem folhas, e as vargens de um tapete fino de gramíneas, com muitas flores, por entre as quais surgiam grupos espalhados de palmeiras e moitas viçosas. [...]. Encontramos aqui uma palmeira flabeliforme, espinhosa, (Mauritia armata M.), o maior adorno das várzeas, além do nobre buriti (Mauritia vinifera M.), aqui mais raro. O buriti-bravo não oferece, como aquela outra, nem um suco suscetível de fermentação alcóolica, nem frutas comestíveis, mas é muito apropriado para vigas de telhado, nas cabanas dos habitantes. Além dessas vêm-se, aqui e acolá, grupos cerrados de palmeira indaiá (Attalea compta). Elas formavam as primeiras matas de palmeiras, a cuja sombra nos atrevíamos a passear a pé, em seco, e seguros de não toparmos com cobras gigantes, nem jacarés. Os grandes cocos ricos de um óleo muito puro e gorduroso dessa palmeira fazem o pouso preferido das grandes araras-azuis (Ara hyacinthinus Lath.), que voavam aos pares frequentemente acima de nossas cabeças, Tanto encanta a bela plumagem dessas aves, quanto doem nos ouvidos mesmo os mais insensíveis os seus guinchos roucos penetrantes, e certamente, se elas fossem conhecidas na Antiguidade, seriam tidas como portadoras de desgraça dos piores agouros. [...].

FONTE: 

SPIX, J. B. von; MARTIUS, C. F. von. Viagem pelo Brasil - 1817-1820. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981. p. 103.


Attalea compta
Martius, C. F. P. von. Historia Naturalis Palmarum. v. 2, t. 41, 1839.
www.plantillustrations.org


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