As palmeiras Miriti: princesas das matas
[...]. Um cenário inteiramente novo, em extremo, surpreendente, apareceu-nos nessa ilha, apenas alguns palmos elevada acima das águas. Inúmeras palmeiras miritis (Mauritia flexuosa, L.), cujos troncos cinzentos de um e meio a dois pés de circunferência, trazendo na copa um formidável penacho de leques à altura de 100 e mais pés, pareciam as únicas moradoras dali, e cresciam tão densamente, que em muitos pontos se apertavam uma às outras, como uma estacada de fortificação. Nos lugares onde o rio as havia derrubado, deixando-as todas atravessadas em desordem, formava-se um baluarte de algumas braças de altura, por onde trepamos penosamente, para apreciar toda a redondeza. Essas princesas das matas, tombadas aos milhares, umas sobre as outras abandonadas ao embate furioso das vagas ou à lenta podridão, como que choradas pelas sobreviventes, cuja fronde geme incessante aos açoites da tempestade, é um espetáculo portentoso da inexorável potência dos elementos. [...]".
FONTE:
SPIX, J. B. von; MARTIUS, C. F. von. Viagem pelo Brasil - 1817-1820. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos, [1961]. p. 75.
Palmeiras Miriti (Mauritia flexuosa)
J. B. von Spix e C. F. von Martius. Reise in Brasilien, 1823-1831.
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