É o urutau que avisa a chegada da Pororoca
"[...]. Ondas de grande altura, que variam de acordo com os diferentes trechos do rio, mas que chegam a atingir 12 metros, são formadas pela pororoca, que produz violentíssimo ronco, semelhante ao do trovão, ouvido a muitos quilômetros de distância.
Os caboclos pressentem a pororoca, afirmando, mesmo, que o pássaro chamado urutau solta um silvo profundo avisando o perigo. Quando ouvem os primeiros roncos anunciadores do fenômeno procuram imediatamente, sem perda de um minuto, os barrancos elevados, onde ficam à espera de que a coisa passe. Amarram a canoa e esperam. A onda violenta ergue-se; árvores vergam, outras são arrastadas, os animais gritam e fogem espavoridos. A água avança sempre, invade terras, vai destruindo tudo o que se opõe à sua passagem. Horas depois cessa o fenômeno, tudo volta à calma. [...]".
MACEDO, Sérgio D. T. O Amazonas: um rio conta histórias. 3. ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Record, 1967, p. 89.
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