Vegetação aquática

"[...], meti-me em uma pequena montaria e fui examinar o igapó que cobre a baixa das terras na frente do engenho. A vegetação aquática aí, é a mesma que encontrei nos lagos de Santarém. Compõe-se de duas espécies de pontederias uma de folhas largas e outra de folhas estreitas: sendo a primeira conhecida no Rio de Janeiro, de uma espécie de utricularia de flores amarelas, de várias nympheaceas, entre elas uma espécie, que estava então em flor e que julgo ser a nymphaea alba. Borda esse igapó, assim como quase toda a margem do Ayayá, a canarana, que é uma gramínea, que cresce quase sobre a água nos lugares baixos, onde as raízes possam tocar o solo, e que substitui o capim d´Angola, do sul.
Desta canarana é que são formados quase todas as ilhas que matizam o Amazonas. Assemelha-se à cana crioula, quando nova, e daí o nome de canarana, ou cana-falsa. Serve de abrigo a diversos pássaros aquáticos que nela procuram ocultar-se do caçador, ou mesmo aí acham o seu alimento, como a piaçoca, [...], o jaburu moleque, as garças, etc. [...]". J. Barbosa Rodrigues (1842-1909).  Exploração e estudo do Valle do Amazonas: Rio Tapajós. 1875, p. 40.


Nymphaea alba.
The Garden. v. 52, 1897.
www.plantillustrations.org

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