Em pleno rio Amazonas


"Estamos agora em pleno rio Amazonas. O nosso barco parte as águas do rio-dos-rios, majestoso e soberbo. Paus rolam, na corrente, serena.
Ao quarto dia, na fímbria do horizonte, o azul forte das serras. Começou, assim, aspecto novo para a nossa visão.
O Jari...Arumanduba...
A serra da Velha Pobre, com o cimo pelado e nu.
Troncos esguios, retos, dourados, de folhas amarelas e secas, que brilham batidas de sol...
Trepadeiras tristes que envolvem as árvores.
O rio é  mais espumoso e mais cor de barro.
Junto das montanhas, a vegetação torna-se mirrada, pequena, raquítica.
Bananeiras que farfalham ao vento.
Os ramos deitam-se sonolentos sobre o espelho líquido.
O painel imutável torna-se, às vezes, monótono.
Na agonia da tarde, os céus ficam translúcidos como uma lâmina rebrilhante.
O rio - um lago sereno - reflete o firmamento: torna-se, também, claríssimo". Raimundo de Menezes. Nas ribas do rio-mar. 1928. p. 177-178.


Bananeira. Musa paradisiaca.
Denisse, E. Flore d´Amérique, t. 117, 1843-1846.
www.plantillustrations.org.

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