Pernaltas marisqueiros
"Já almoçados, prosseguimos derrota pouco depois das onze e, às dezessete, saltávamos numa prainha, à margem direita.
Foi pouco interessante o percurso de hoje... É verdade que vimos pela primeira vez, não só algumas palmeiras babaçus, como um pavãozinho do Pará, muito surpreso à aproximação daqueles monstruosos bichos que lhe deveriam parecer as nossas canoas.
Sempre pensei que aqui viesse encontrar bandos e mais bandos de garças, guarás, passarões e outras aves ribeirinhas, tão abundantes em vários pontos da Amazônia. No entanto, exceção feita de algumas raras corocas ou maguaris que vemos de vez e quando, assim mesmo sempre isolados, as margens apresentam-se continuamente ermas e silenciosas. Não resta dúvida que neste rio, de águas pretas, ao contrário das de aluvião, quase não existe a vegetação litorânea, principalmente os capins aquáticos e praieiros, muito propícios à proliferação dos peixes, que por seu turno, atraem os pernaltas marisqueiros". Gastão Cruls (1888-1959). A Amazônia que eu vi. 1930. p. 198-199.
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