Paixão pela natureza virgem


"Nas matas dessa localidade penetrei bastante e achei nelas muita semelhança com as florestas do Sangaçú: os mesmos tufos de orquídeas, os templos, as grutas e verdura, as arvores gigantes, tudo como lá. Caminhava sem recorrer ao facão porquanto as veredas já estavam abertas. Apanhei várias folhas de formas bizarras. Com a saúde voltava-me o interesse pelos estudos. Conhece-se já minha paixão pela natureza virgem e aqui eu podia satisfaze-la, esquecendo-me das horas em que , à vista de margens inabordáveis, passava por um suplício de Tântalo. Todas as noites ia dormir ao largo, fugindo aos mosquitos, e bafejando pela viração que vinha de terra. Uma noite, já deitado, gozando essa frescura, recebi violenta pancada no rosto e sem demora vi grande morcego, dos de tipo vampiro, voar por cima de mim. Logo depois os macacos gritadores começaram seu coro acompanhado dos cantos dos sapos. O rio refletia as árvores centenárias. François Auguste Biard (1801-1882). Dois anos no Brasil. 1945, p. 273.
 
 
Pintura de Tim Marsh.
Folhas bizarras na selva.
 


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