Nesses bosquezinhos de fadas...
"[...]. Seguindo o canal, chegamos à floresta densa; e justamente lá dentro está uma nascente magnífica, ou antes um lago, de onde corre a água. Abençoo sempre o bom senso que deixou este lugar intocado pelo machado ou facão. É tão isolado aqui que os animais da floresta chegam para beber; tão silencioso, que o estalar de um pequeno ramo ecoa na colina coberta de mata. A cem pés acima, as folhas das palmeiras tremem com o respirar do vento; mas a água em baixo é maravilhosamente lisa: uma folha, girando-lhe na superfície, envia diminutas ondulações até às margens. Bem lá em baixo, a cena se reflete como nenhum artista poderia pinta-la, como nenhuma pena poderia descreve-la: a etérea leveza das palmeiras açaí, a grega dos samambaiaçus, a soberba floresta dominante, e a glória de mil manhãs envolvendo tudo isso. Até nossas diminutas ilhotas receberam o toque e o retoque de dedos amantes até conseguir-se o impossível nesses bosquezinhos de fadas e as palmeiras se inclinam com tremulante alegria, para captar uma visão de sua beleza. [...]." Herbert Smith (1851-1919). In: PAPAVERO, N. ; OVERAL, W. L. (Orgs.). Taperinha: histórico das pesquisas de história natural realizadas em uma fazenda da região de Santarém, no Pará, nos séculos XIX e XX. 2011, p. 141-142.
Palmeiras. J. Barbosa Rodrigues (1842-1909). Sertum palmarum brasiliensium. 1989. |
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