Viajantes: A palmeira Patauá.


"Estou muito interessado nas palmeiras, que aqui são bem mais numerosas do que em Santarém. Acredito que haja entre elas muitas espécies ainda não descritas. Chamo a atenção, dentre as espécies novas, para uma Maximiliana, uma Euterpe, uma Iriartea e duas ou três Geonomae. [...]. Talvez a mais nobre palmeira das florestas de Barra seja o Patauá, cujos troncos, às vezes atingem 80 pés [24,4m] de altura, encimados por frondes enormes. Uma espádice completa, carregada de frutos é carga bem pesada para um homem. As drupas dão muito óleo, aqui utilizado apenas para o preparo de um vinho semelhante ao do açaí.
Com poucos anos, o tronco fica coberto de espinhos delgados e rígidos, de cerca de 2 pés [61 cm] de comprimento, de ponta voltada para cima. Trata-se das nervuras do revestimento basal daqueles pecíolos do qual se desprendem o parênquima, e que os nativos chamam de "barba-de-patauá". Quando o tronco atinge 15 ou 20 pés [4,57-6,09m], a "barba" existente na base começa a cair, enquanto que a da parte superior da árvore, ficando assim privada de seu apoio, cai toda de uma só vez". Richard Spruce (1817-1893). Notas de um botânico na Amazônia. 2006, p. 166-167.
 
 

 
Patauá (Oenocarpus bataua)
 J. Barbosa Rodrigues (1842-1909). Sertum palamrum brasiliensium, 1903.




 

Patauá (Oenocarpus bataua).
 C. Fr. von Martius (1794-1868). Historia Naturalis Palmarum,  BHL.
 

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