Um mundo novo de seres desconhecidos
Era um mundo novo de seres que o recém-chegado desconhecia. Na borda dos lagos e dos rios, pensativas como cegonhas, deparou-se com as garças brancas, pardas, morenas; o guará, o jaburú, o tuiuiú, o maguari, cismando como ibis americano; assustadas, a revelar o medo materno em alaridos e revoos constantes sobre os ninhos nas praias, as gaivotas; sobre os troncos, de bubuia, descendo o rio abaixo no tempo das enchentes, as marrecas ariscas. Aqui, ali, acolá, zunindo, roncando, cantando, chiando, surpreendeu beija-flores, jacinas, ponhamesas, besouros, tentens, saís, curiós, coleiras, bicudos, patativas, abelhas, jaquiranaboias, cigarras e grilos; nas clareiras, em forma de perdizes e listrados de preto e branco, remarcou pavõezinhos que comem moscas, a volverem o corpo à direita e à esquerda, sobre as pernas fixas, como se dançassem um minuete esquisito.
FONTE:
MORAIS, Raimundo. Paiz das pedras verdes, Manaus: Imprensa Pública, 1930. p. 48.
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