A floresta amazônica

        Em nenhum recanto da terra a vida vegetativa é mais exuberante do que na depressão amazônica, nem se estende sobre tão amplos domínio. É a floresta equatorial com o seu viço, a sua seiva, as grandes formas arborais, a sua pompa, o seu esplendor, que deteve Humboldt, encantado Spix e Martius surpreendidos. Acompanhando o Amazonas em sua horizontalidade característica, divergindo para os vales laterais, seguindo-os, acompanhando-os desde as nascentes até a foz, espraindo-se em todos os sentidos, vasta, magna e virgem, a selva, aqui por estes longes do Brasil setentrional, é uma admiração. É obra das grandes águas e do sol do equador. [...].

                         Tudo, na vida vegetal, aqui, é grande. No critério de ilustre botanista, a floresta amazônica apresenta-se sob duas modalidades: emersa e imersa. A floresta emersa é a que reponta no tipo das grandes árvores de tecido resistente. É o domínio das lianas e das orquídeas, a região das plantas medicinais, das árvores que fornecem elementos à construção naval, à tinturaria e à carpintaria. A floresta imersa é constituída pela vegetação de médio desenvolvimento, tronco vasoso, tecidos moles e cheios d´água. É o domínio da palmeira e da vitória-régia. [...].

FONTE:

LAMARTINE, Alfredo. Tricentenário da  Fundação de Belém. Pará: Livraria Bittencourt, [19--?]. p. 75-76. 


Orquídea com beija-flor
Pintura de Martin Johnson Heade -[1819-1904] 


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