Bananeiras ornadas com suas brilhantes flores amarelas e vermelhas

            Para uma região é sempre esplêndido enfeite uma floresta virgem. Admira-se, estremece-se, sem pressentir, essa infinda variedade de antigos madeiros, de palmeiras, lianas, e gigantescas plantas, cujas folhas atingem o tamanho de um homem. Nossas barracas iluminadas pelo sol em fundo de cerrado mato; nossas bagagens; [...]; no primeiro plano pacovas gigantes; cipós enormes, como eu nunca vira; no fundo à direita, o rio estreito e sombrio; tudo isso formava uma perspectiva interessante.[...].

                     Ali as pacovas, que em São Paulo, debaixo do nome de caetés são criancinhas e no Paraguai já parecem adolescentes, se apresentam de repente com o viço e tamanho das maiores bananeiras, orladas com suas brilhantes flores amarelas e vermelhas em ziguezague; ali os cipós mais grossos não sobem simplesmente como em outros lugares: entrançam as árvores, vão de um tronco para outro como os estais e braços das vergas dos navios. Assim é que, ao chegarmos ao porto, passáramos por baixo de uma liana nodosa, atravessada por cima de nossas cabeças. Na verdade para mim era novidade.

FONTE:

FLORENCE, Hécules. Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2007. p. 205. (Edições do Senado Federal, v. 93).


Bananeira (Musa paradisiaca)
Denisse, E. Flore d´Amérique, t. 117, 1843-1846.
www.plantillustrations.org.


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