Suntuosas Victorias-Regias


"O lago enorme parecia ter segredos que procurava esconder aos olhos humanos. Uma grande moita de arbustos ocultava a entrada de um furo estreito a correr serpenteante entre galhos e cipós. Depois aparecia outro lago pequenino e sombreado, onde mal penetravam as réstias da luz, e onde havia um silêncio maior, mais amplo, mais profundo - um abafado silêncio de templo ao abandono.
As árvores marginais, elevadas e vetustas, estendiam densa penumbra, que dava à água represa um tom luzente e negro.
E sobre a água, na religiosa mudez do recanto, na tristeza dos ramos curvados, na misteriosa quietude da mata - flutuavam grandes folhas circulares, e surgiam, no esplendor e na doçura das pétalas brancas, suntuosas victorias-régias. [...]". Aurélio Pinheiro (1882-1938). À margem do Amazonas. 1937, p. 123-124.



 Victoria Regia
 Curtis's Botanical Magazine, vol. 73, January 1847

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