Viajantes: uma floresta luxuosa

     J. Barbosa Rodrigues (1842-1909) comenta em sua publicação Exploração e estudo do Valle do Amazonas: Rio Tapajoz. 1875. p. 78-79 sua impressão sobre a floresta que entrou considerando-a um "floresta luxuosa", com seus inúmeros madeiros extraordinários.


          Como que para compensar a mesquinhez e raridade de bonitas árvores no campo, a floresta apresenta-se luxuosa com seus imensos madeiros, todos com mais ou menos emprego nas artes e ofícios.

        O Oenocarpus distichus e a Maximiliana regia, aí não só abundam, como tomam um desenvolvimento extraordinário. [...].

        Em alguns lugares úmidos, cresce o marajá (Bactris) que se estende por alguns espaços. Goza-se aí na floresta uma frescura agradável, enquanto que no campo, apesar de alguma variação o calor é insuportável. Aí anima a floresta um pequeno pássaro esverdeado do gênero Tanagra, que com seu canto assobiado e repetido por centenas de companheiros, ocultos pelas folhas no alto das árvores, forma uma harmonia que dá vida ao sombrio lugar.

          Tendo aí colhido algumas flores do Oenocarpus, passei o dia 8 desenhando-as em preparativos de viagem para a região das cachoeiras.


Bactris maraja
J. Barbosa Rodrigues. Sertum Palamarum Brasiliensium. v. 2. t. 16.   1903.
www.plantillustrations.org


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