Os viajantes em Belém do Grão-Pará: Charles Marie De La Condamine (1701-1774) e sua chegada ao Pará
Nesta seção do Blog teremos narrativas de viajantes e naturalistas que visitaram Belém do Pará. Essas histórias e narrativas nos ajudarão a entender como era a cidade entre os séculos XVIII e XX, complementadas por fotografias ou ilustrações da época.
Charles Marie De La Condamine (1701-1774), cientista e explorador francês comenta em sua obra Viagem na Amazônia Meridional. 2000. p. 111-112, comenta sobre sua chegada ao Pará:
No dia 19 de setembro, perto de quatro meses após minha partida de Cuenca, cheguei à vista do Pará que os portugueses chamam "Grão-Pará", ou seja "grande rio", na língua do Brasil; aportamos a uma habitação dependente do Colégio dos Padres Jesuítas. O Provincial nos recebeu, e o reitor aí nos reteve oito dias, e nos proporcionou todos os divertimentos de campo, enquanto nos preparavam acomodações na cidade. Achamos no dia 27, chegando ao Pará, uma casa cômoda e ricamente mobiliada, com um jardim donde se descobria o horizonte do mar e numa situação tal que eu a teria desejado para o interesse de minhas observações. O Governador e Capitão General da Província nos fez uma acolhida como era de se esperar das ordens que expedira sobre nossa passagem aos comandos das fortalezas e das recomendações aos provinciais das diferentes missões que tínhamos encontrado.
Afigurava-nos, chegando ao Pará, e saídos das matas do Amazonas, ver-nos transportados à Europa. Encontramos uma grande cidade, ruas bem alinhadas, casas risonhas, a maior parte construídas desde trinta anos em pedra e cascalho, igrejas magníficas.
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Santa Maria de Belém do Grão Pará Victor Marie Felix Danvin (1802-1842) |
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