Longe do rio, podemos cavalgar milhas e milhas pelos campos ventilados, mas devemos fazer longas voltas para evitar os lagos e florestas inundadas e bosquetes de aningas de folhas em forma de escudo. Há mil coisas bonitas para ver nesses campos; flores brilhantes, brancas e amarelas, marcam a superfície, lindos silvídeos e negros japus assobiadores, poucos peixes nas lagoas e coruscantes libélulas caçando outros insetos por sobre os juncais; arbustos de folhagem delicadamente plumosa debruçam-se e estendem-se com gratidão ao sol; mas se você sacudir o ramo fortemente, eles se fecham e dobram numa triste e muda demonstração, o protesto de seu desamparo contra a força bruta. Eu devo ser delicado com as plantas sensitivas; deve haver um poder mais alto que o meu vigiando-as. Pois todas as noites elas põem as mãos e inclinam a cabeça em silenciosa prece e vão dormir calmamente sob o orvalho suave; todas as manhãs se levantam com lágrimas de prata de agradecimento ao sol que brilhas e ao vento macio de leste.
FONTE:
SMITH, Herbert. H. Brasil: A Amazônia. 2. ed. Belém: Editora Paka-Tatu, 2022. p. 113.
Sensitiva ou Malícia das mulheres (Mimosa pudica) Britton, N. L.; Horne, F. W.. Popular flora of Puerto Rico, Flora Boriqueña. t. 449. Desenho de F. W. Horne www.plantillustrations.org |
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