Os mururés e uaupés na água cristalina e serena do lago

        É muito agradável percorrer o lago, durante a noite, aqui, nesta solidão. O coaxar das pererecas, os roncos dos jacarés, o piado dos bacuraus parecem muito amplificados na quietude da noite. A luz da lua, projeta a imagem, dos mururés e dos uaupés na água cristalina e serena do lago e enche de sombras e pavores justificados o ambiente, trazendo à alma, apesar do espetáculo de beleza que oferece, uma inquietação que se acentua, se começamos a pensar nas cobras grandes, nos minhocões, nas boiunas ou nos jacarés de dentes aguçados que nos espreitam, ansiosos por um contato pouco amistoso. [...].

FONTE:

CARVALHO, José Cândido de Melo. Notas de viagem ao Rio Paru de Leste. Publicações Avulsas do Museu Nacional, Rio de Janeiro, n. 14, p. 75, 1955.


Victoria regia
 Litografia de Ernst Heyn, 1892.


 

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