Lendas e curiosidades: O sapo Aru e a Mãe da Mandioca
As águas e as lendas correm parelhas pela planície amazônica.
Há seres estranhos no fundo dos rios e em cada recesso da floresta remexem-se na sombra monstros indecisos.
Na cabeceira dos rios vive a mãe da mandioca, deusa simplória e campestre, que protege os roçados daquela prodigiosa planta.
Em certa época do ano, o sapo aru na forma de um guapo mancebo, sobe até às cabeceiras dos grandes cursos d´água e vai em procura da divindade.
Sem a pompa ritual dos mistérios helênicos, sem cortejos nem ruídos, e em lugar do poean glorioso, apenas o murmúrio da brisa anuncia o chegado da divindade.
Percorre os roçados e se encontra o mandiocal cuidado e limpo, envia-lhe chuvas criadeiras e, se ao invés, o mato invade a cultura, nega-lhe os dons da sua graça.
O povo diz que onde o aru não aparece a roça não medra.
Eis uma lenda amável e de fundo utilitário, convidando o lavrador a cuidar com amoroso afã das lides do campo.
FONTE:
SANTOS, Eurico. Anfíbios e répteis: vida e costumes. Belo Horizonte: Villa Rica, 1994. p. 64. Il.(Coleção Zoológica Brasílica, v. 3).
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