Urucu



Manuel Nunes Pereira comenta sobre o uso do urucu na Amazônia:

"Urucuzeiro ou Urucueiro. Embora nenhuma das duas últimas denominações seja tão vulgarizada na Amazônia, sabe-se que elas abrangem duas variedades de Bixáceas: A Bixa orellana.
Diz Paul Le Cointe: "Da polpa que envolve as sementes tira-se uma tinta vermelha que pode servir para dar cor a certos comestíveis, sem dar cheiro nem sabor especial. Na medicina popular, ainda segundo Le Cointe, a "A raiz é digestiva. As sementes são expectorantes. A tinta do urucu (bixina) protege a pele contra os raios químicos (ultravioletas) da luz solar e contra a absorção do calor solar". [...]. E os indígenas aproveitam a tinta do urucu para untar a cabeça dos recém-nascidos, protegendo-lhes a moleira ou fontanela contra a ação maléfica dos seres fantásticos, das águas e das florestas, e, em geral, contra todas as enfermidades. E o mesmo costumam fazer com a tinta do jenipapo, aproveitando-a e a do urucu, misturadas nas pinturas, nas tatuagens que estendem sobre a pele do rosto e do corpo. E, na pintura das paredes externas e interiores das malocas, bem como nos moirões e caibros das mesmas, empregam, além de tintas minerais, dos tauás policrômicos, tintas vegetais, sobressaindo dentre essas, preferencialmente, a do urucu e a do jenipapo. Mulheres grávidas e menstruadas cobrem certas áreas do corpo com urucu".

FONTE: 

PEREIRA, Manuel Nunes. Moronguetá: um decameron indígena. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. v. 1, p. 151-152. (Retratos do Brasil, v. 50).


Urucu (Bixa oerllana)
Desenho de Eron Teixeira

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