As grandes borboletas azuis
"Em matéria de insetos, o lugar não era dos melhores, havendo poucas trilhas na floresta que possibilitassem a sua coleta, pois é nesses caminhos que eles se acumulam. Tenho constatado continuamente que nos caminhos que atravessam a floresta vicejam certas variedades de plantas cujas flores são um irresistível atrativo para inúmeros insetos. O surgimento dessas plantas é devido à intermitência de luz solar e sombra que ali ocorre. Assim é que as veredas florestais tanto atraem a nós outros quanto atraem numerosos tipos de insetos, especialmente as borboletas. Entre essas, as mais comuns são as grandes e azuis, mas há também diversas outras pequenas que sentem a mesma atração, sendo capaz de percorrer essas trilhas, voando, por milhas seguidas. Quando espantadas, refugiam-se temporariamente na floresta, voltando logo depois para continuar o trajeto. Alguns desses insetos devam ser atraídos pelos raios de sol que neles penetram; outros, pela corrente de vento que neles se forma, ou pelas flores que só neles medram, etc. Enquanto isso, cada partícula de matéria de origem animal espalhada pelo caminho será seguramente visitada por grande número de espécies diferentes. Pode-se concluir, por conseguinte, que o maior ou menor sucesso do entomologista nessas paragens da América do Sul dependerá em grande parte do número e da extensão dos caminhos e das estradas que atravessam a floresta na sua área de pesquisa". Alfred Russel Wallace (1823-1913). Viagens pelos rios Amazonas e Negro. 1979, p. 113.
A Borboleta Morpho Ilustração de Edward Donovan (1768-1837) |
Comentários
Postar um comentário