Uma linda espécie de Cattleya violacea


"[...]. Ao passarmos pelo rio Caurés, vi um agrupamento de Cattleya violacea, tive dúvidas de quantas ainda existiriam em nosso caminho na volta. [...]. Havia poucas habitações pelo rio e, à medida que prosseguíamos, notei que a vegetação era quase toda muito semelhante. A alteração na vegetação foi percebida somente nos dois últimos dias quando entramos em um maravilhoso igapó chamado Boca do rio Cuiuni por cima, com grandes árvores nas quais fiz as melhores descobertas de toda a viagem, incluindo uma Oncidium lanceanum. Uma rã enorme, dois escorpiões vermelhos e bandos de formigas frenéticas jorravam de uma simpática Billbergia
Retornei do rio Cuiuni mais cedo do que pretendia, devido, principalmente, a uma linda espécie de Cattleya violacea que havia encontrado com quatro flores perfeitas. Como não encontrei outras da mesma espécie, acreditei que essa era uma das últimas a florescer e tive medo que não sobrevivesse em seu perfeito estado em tempo suficiente para pintá-la. Em minha viagem de volta, o barco estava repleto com cestas de plantas. Alguns beija-flores curiosos pairavam sobre as flores. Bandos de maritacas sobrevoavam nossas cabeças além de diversos curicas e papagaios. Vimos um papagaio raro com seu corpo amarelo-claro e asas verde-escuras; japins e japús penduraram seus ninhos tecidos nas árvores mais altas, e ocasionalmente víamos tucanos e patos negros". Margaret Mee (1909-1988). Flores da floresta amazônica: a arte botânica de Margaret Mee. 2. ed. São Paulo: Escrituras, 2010. p. 96.


Ilustração de Margaret Mee
Flores da floresta amazônica: a arte botânica de Margaret Mee. 2. ed. 2010


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