O exótico Pavãozinho-do-Pará
"[...]. Após cinco horas, chegamos aos arredores do arquipélago das Anavilhanas, um labirinto de ilhas florestais abrigando árvores e plantas magníficas. Filodendros maciços coroavam as árvores mais antigas, com suas raízes formando cortinas; arabesques de bromélias pendiam dos galhos contrastando com o céu emoldurado pela folhagem escarlate da Phyllocactus.
Quando chegamos ao nosso destino, já havia escurecido completamente. Como estávamos exaustas, nos afundamos pesadamente em nossas redes. Ao raiar do dia, com uma ligeira névoa flutuando sobre o rio e mascarando as florestas das Anavilhanas, apressamo-nos para sair e iniciar a exploração da região. O jardim era um pomar de palmeiras açaí e buriti, além de árvores de caju e cupuaçu. Um igarapé limitava a terra na parte superior do rio; nas margens, sustentadas pelas raízes da sapopema, espalhava-se uma árvore altiva. De seus galhos mais remotos e altos pendiam colonias de ninhos de japus. Talvez o pássaro mais bonito de todos seja o exótico pavãozinho-do-Pará, que pesca no rio ao amanhecer e ao anoitecer, e cujo charme somente se equipara ao do beija-flor, que é um visitante regular das flores nativas. [...]". Margaret Mee (1909-1988). Flores da floresta amazônica: a arte botânica de Margaret Mee. 2. ed. 2010. p. 138.
Pavãozinho-do-Pará. Dante Martins Teixeira e Nelson Papavero. As aves do Pará segundo as Memórias de Dom Lourenço Álvares Roxo de Potflis (1753). 2017. Ilustração dos meninos índios. |
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