Os Colibris
"Não admira pois que a pena dos naturalistas que escreveram sobre Colibris se torne poética ao tratar desse assunto, queira transformar-se em pincel de pintor e ameace disparar com a fantasia, qual cavalo novo cheio de vida com seu cavaleiro. Ouçamos como se exprime Buffon sobre essas aves maravilhosas: "Entre todos os entes vivos é o Colibri o mais belo quanto a forma, o mais esplêndido quanto à coloração. Pedras preciosas e metais, a que a nossa arte dá o seu brilho, não se podem comparar a essas joias da natureza.
A sua obra prima é este passarinho. Prodigalisou-lhe todos os dons, que as demais aves receberam isoladamente, leveza, ligeireza, agilidade, graça e rico ornamento: de tudo foi dotado este pequeno favorito. A esmeralda, o rubi, o topázio cintilante na sua roupagem, que ele nunca suja com o pó da terra, porque durante toda a sua vida etérea dificilmente toca por momento o solo. Sempre nos ares, a balouçar de flor em flor, cuja frescura e brilho lhe são próprios e cujo néctar sorve. O colibri habita somente as regiões onde as flores se renovam perenemente; pois aquelas espécies que pelo verão chegam até a zona temperada, aí permanecem pouco tempo.
Parecem acompanhar o sol, avançando e retirando-se com ele, e seguir sobre asas de zéfiro o préstito de uma primavera eterna.". Emílio A. Goeldi (1859-1917). Os beija-flores. Chácaras e Quintaes, v. 52, n. 3, p. 338, 1935.
Beija-flor. Proceedings of Zoological society of London. v.2 1848-1854. |
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