Viajantes: As araras!
"Como são belas aquelas palmeiras! O estípite liso, pardacento sem manchas mais que pontuadas estrias, sustenta denso feixe de pecíolos longos e canulados, em que se assentam flabelas abertas como um leque, cujas pontas se curvam flexíveis e tremulantes. Na base e em torno da coma, pendem amparados por espatas, densos cachos de cocos tão duros que a casca revestida de escamas romboidais e de um amarelo avermelhado desafia por algum tempo o férreo bico das araras. Também com que vigor trabalham as barulhentas aves antes de conseguirem a apetecida e saborosa amêndoa! Em grupos ajuntam-se elas, umas vermelhas como chispas soltas de intensa labareda, outras versicolores, outras pelo contrário de todo azuis, de maior viso e que, por parecerem negras, em distância, tem o nome de araraunas. Ali ficam alcandoradas, balançando-se gravemente e atirando, de espaço a espaço, aos ares imensos das dilatadas campinas notas estridentes, quando não seja um clamor sem fim, ao quererem mui