Literatura: Orquídeas de singulares coloridos
Aurélio Pinheiro em À margem do Amazonas. 1937. p. 122-123, relata impressões de uma floresta.
A floresta parecia tomada de fundo letargo, sem rumores sem ruídos de passos, sem vozes, sem sussurro da asa entre galhada infinita, numa desolação de necrópole, adornada de verde, um verde absoluto e fatigante que se estendia no matupá, rolava na selva, subia nos ramos, ondulava por toda parte, num destemido, interminável domínio.
Nesse mudo império vegetal somente os frutos escarlates das mungubeiras, suspensos nos galhos desfolhados ou alguma orquídea de singulares coloridos enfeitando velhos troncos, ou as flores roxas dos mururés, quebravam alegremente a imensa monotonia.
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