As palmeiras da Amazônia


"Em nenhuma outra parte do mundo se conhece número mais considerável de palmáceas do que na Amazônia. Ao se penetrar o Rio-Mar, saindo de Belém, avultam sobremaneira os buritizeiros de folhas em forma de ventarolas coloridas de verde escuro. Com o prosseguir viagem, vão eles rareando cada vez mais, substituindo-se pelos açaizeiros que aumentam progressivamente até próximo de Manaus.
Além do açaizeiro e do buritizeiro, são encontradiças, ainda, outras espécies como o coqueiro, a bacaba, o tucum, o jupati, a juçara, o tucumã, o ubuçu, o jauari, a paxiúba e quantas outras, todas elas aproveitadas pelos caboclos, pelo uso de seus frutos, como alimento, de suas folhas para a cobertura das choupanas e para a preparação de fibras têxteis, de suas madeiras, de seus óleos e resinas, de suas cascas como estopa para a calafetação das embarcações. Há ainda as sementes ricas em óleo, servindo de combustível ou até mesmo para a iluminação; há palmeiras que fornecem os palmitos saborosos e aquelas cujas sementes, queimadas, produzem fumaça densa usada na coagulação do leite da seringueira para a preparação da borracha. Há enfim espécies de porte elevado ou de porte minúsculo; de troncos volumosos e de hastes finíssimas. Há palmeiras sem caule, cujas palmas formam touceiras à superfície do solo e há as trepadeiras que se enroscam pelos troncos das árvores e sobem para o alto na sede de luz". Jayme R. Pereira. Amazônia: impressões de viagem. 1940, p. 76-79.


Astrocaryum jauari
J. Barbosa Rodrigues. Sertum palmarum brasiliensium. 1989.

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