Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2014

Viajantes: O pirarucu e seus hábitos!

Imagem
"O pirarucu, como a grande maioria dos peixes da água doce, procura alimentar-se ao entardecer e ao amanhecer; durante o dia, quando o calor é intenso, mete-se por baixo dos araçazais e canaranas, ou busca outra qualquer sombra para fugir dos raios abrasadores do sol amazônico, deixando-se ficar quieto no fundo da água e dela surgindo algumas vezes para tomar o gole de ar; o pirarucu alimenta-se de outros pequenos peixes e por isso é muito frequente vê-lo boiar onde haja cardume de jaraquis. Alguns peixes, os aerófagos, necessitando do ar livre atmosférico para satisfazerem a necessidade do fenômeno da hematose, sobem à superfície, de espaço a espaço engolindo uma porção de ar, satisfeita essa necessidade, descem para o fundo, expelindo então o excesso de ar aspirado, que sobe à flor da água como um rosário de bolhas; [...]. O pirarucu sempre surge à tona e, quando não o faz de modo visível e estrepitoso, põe muito cautelosamente apenas a ponta do focinho para fora, desaparecen

Viajantes: Alma-de-gato (Piaya cayana), a formosa rainha do silêncio!

Imagem
"Esta não é cercada de tanta simpatia como o Sabiá; porém, não deixa de ser uma formosa rainha do silêncio, um tanto enigmática e credora, da maior admiração por parte de quantos se dedicam ao estudo desses seres empolgantes, que povoam as solidões dos pitorescos bosques. [...]. Completamente diferente de suas companheiras, gostando muito de viver a sós, longe da matinada dos outros pássaros, por entre os arbustos existentes nos pomares e nas restingas de capoeirinhas ela passa, assim, grande parte da vida. Vemo-la, quase sempre muito escondida por entre as folhas, nunca se expondo inteiramente aos olhares dos curiosos por isso, um exame detido na sua linda plumagem é coisa difícil. Enfeitam o lindo corpo penas multicores, destacando-se, de todas, a cor pronunciada da ferrugem. O mais interessante que se nota nesta ave é a agilidade com que passa pela folhagem: ora aqui, ora acolá, mais distante, dificilmente podendo-se apreciá-la pousada num ramo, meditando sobre alguma

Viajantes: Coqueiros

Imagem
"[...]. A viagem para o norte ao longo da praia, é fatigante, em parte na areia solta; por isso, já era tarde do dia quando atingimos o lugar do destino. Encontramos, a caminho, bonitos cercados de mimosas fechando os quintais de algumas habitações, e também alguns coqueiros cultivados ( Cocos nucifera ), carregados de frutos; grande raridade nessa região. [...]." Maximiliano, príncipe de Wied Neuwied (1782-1867). Viagem ao Brasil . 2. ed. 1958, p. 85.     Coqueiro G. F. Müller von Ruffach, 1681. 

Viajantes: A famosa Victoria regia.

Imagem
"[...]. Wallace acabava de regressar de uma interessante excursão a Monte Alegre, e se preparava para subir o rio Negro. Em Monte Alegre ele tinha encontrado a famosa planta aquática Victoria amazônica, e de lá trouxera um fragmento de sua folha, grande o suficiente para mostrar que era verdade tudo o que se dizia a seu respeito. Durante minha viagem a Santarém, os tapuias me haviam dito que nos lagos existentes ao redor dessa cidade se podia encontrar uma planta aquática denominada forno em português e auapé-iapona ("forno-de-jaçanã"), na língua geral. O nome se devia à semelhança de suas folhas enormes como os fornos seculares usados para assar farinha, bem como ao fato de que as pequenas aves da beira do rio chamadas jaçanãs ou auapés gostam de pousar nelas. [...]." Richard Spruce (1817-1893). Notas de um botânico na Amazônia . 2006, p. 81.     Lago com Victoria-regias Pintura de Ernst Heyn, 1892. 

Amazônia Exótica: curiosidades da floresta - Tucano.

Imagem
TUCANO - s.m. Designação popular a aves do gênero Ramphastos da família dos ranfastídeos. Possui o bico muito grande e forte. Sua coloração é preta, vermelha, laranja ou verde.   ETIMOLOGIA : Theodoro Sampaio diz que o termo é corruptela de tu-can , 'bico ósseo', ou tu-quã , 'bico que sobrepuja, exagerado'. Sin/Var. tucana, tocano.   CURIOSIDADES/FOLCLORE : Nesse relato Eurico Santos descreve de forma divertida o comportamento dos tucanos. "Martius já escrevia que tucano "lá em cima dos mais extremos galhos chama a chuva com suas altas notas queixosas". [...]. Na época da incubação ficam suspensas as pândegas, os grupinhos, as musicatas; cada qual cuida dos graves problemas da família. Então são vistos os casais atarefados. Como são aves precavidas e desconfiadas, não se lhes devassaram ainda bem certos costumes. Mas Goeldi diz que, à noite, escolhem esconderijo seguro para o sono. Quanto a posição que tomam para dormir essa é curiosíssima. Ent

Viajantes: Orquídeas e suas flores maravilhosas.

Imagem
"[...]. Entre as flores, a maravilha era completa. Umas augustas, solitárias, esplendendo únicas sobre as hastes longas. Outras, às dezenas ou centenas, vergando os pendões em que se agrupavam. Esta lembrando uma borboleta policrômica. Esta outra, um pássaro de asas ao pairo. Ainda outra, um perfeito escaravelho, ou um casco romano, ou uma sandália grega. E havia também as que simulavam vespas, abelhas, falenas, aracnídeos. E até seres fantásticos, criaturas irreais. Medusas de cabeleira colubrina. Gnomos liliputianos. Umas dir-se-iam esculpidas no mais puro marfim, ou, lacas nos seus tons de mel, modeladas em cera. Outras tinham o brilho das lacas orientais ou o colorido das majólicas italianas. Umas seriam feitas de veludo ou seda, com predominância de uma só tonalidade, enquanto outras seriam recortadas num brocado em que entravam os mais diversos matizes. Pétalas franjadas, onduladas, pubescentes. Pétalas estriadas, pintalgadas, maculadas, venuladas. Labelos carnosos e provo

Viajantes: Castanha-de-macaco (Couroupita guianensis Aubl.).

Imagem
"Esta bela árvore, das mais características da Hiléia, devido as panículas permanentes que lhe revestem o tronco, apresenta a configuração de um imenso candelabro com múltiplos braços, irregularmente distribuídos por toda a sua extensão. É conhecida geralmente por castanha-de-macaco ou cuia-de-macaco. Com quinze a vinte metros de altura, as suas flores, grandes, róseo-purpurinas, muito perfumadas, nascem diretamente sobre o tronco ou sobre os galhos, o que torna a árvore extremamente festiva e ornamental no período da floração. Tem frutos quase esféricos, com dezesseis centímetros de diâmetro, de polpa e sementes bastante apreciadas pelos símios, de onde lhe provieram aqueles nomes vulgares, sempre em ligação com os macacos. Floresce anualmente no Jardim Botânico, em março e outubro." Gastão Cruls (1888-1959). Hiléia amazônica . 2. ed. 1955. p. 59-60.       Castanha-de-macaco ( Couroupita guianensis Aubl.)  Alexandre Rodrigues Ferreira. Viagem Philosophica.

Viajantes: O mamoeiro e o agradável perfume de suas flores!

Imagem
"[...]. Ladeando os trilhos, estão os mamoeiros ( Carica papaya ), quase incontáveis, projetando-se para o céu, e dá para andar trechos inteiros sentindo o característico cheiro e agradável que suas flores exalam. Esse cheiro tem em mim um efeito curioso. Vocês ainda se lembram de quando, mexendo nas coisas da mamãe, encontrávamos alguns frascos vazios de perfume? Pois bem. Um deles era Est-bouquet e o outro tinha exatamente o mesmo perfume do mamão trazido pelo vento. Por isso, quando espirro no calor sufocante do meio dia tropical, que lança um véu sobre as coisas, tornando os seus contornos cintilantes e fazendo-as parecer irreais, as memórias mais remotas da minha infância se reacendem, e parece que voltam à tona todas as coisas possíveis que eu, de lá para cá, há muito havia esquecido. Por exemplo, o tanto que eu, já naquela época de criancinha, amava a natureza, embora sem o saber." Emília Snethlage (1868-1929). In: SANJAD, Nelson et al. Emília Snethlage (1868-1929):