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Flores ricamente perfumadas

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          [...]. Maior novidade apresentam para o botânico europeu as curiosas flores coriáceas de cores sombrias, mas muitas vezes ricamente perfumadas, da família das Anonáceas, as grandes flores rosadas ou brancas das Lecitidáceas, notáveis pelo fato de seus estames germinarem dentro de um grande receptáculo encapuzado situado no centro da flor, e as flores das Bombacáceas ( Eriodendron , Bombax , etc,), com sépalas em forma de tiras e pétalas eventualmente com quase um pé [30 cm] de comprimento, além das quais pendem os feixes ainda mais compridos, constituídos pelos estames filiformes brancos ou cor-de-rosa. [...]. FONTE: SPRUCE, Richard. Notas de um botânico na Amazônia .  Belo Horizonte: Itatiaia, 2006. p. 63. Annona glabra Curtis, W. Botanical Magazine . v. 72. 1846. Desenho de W.H. Fitch. www.plantillustrations.org

Uma cena indescritivelmente linda!

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         [...]. A névoa trêmula e o azulado de toda cena eram indescritivelmente lindos, com o pequeno terraço embaixo cheio de flores coloridas. O primeiro plano era constituído de Daturas , bananas, ciprestes e palmeiras, enquanto que a Bignonia venusta cor de laranja, as flores - de São Miguel azuis, as buganvílias e os jasmins-estrela subiam densos pelas árvores e pela balaustrada, os últimos ajudando os cravos, as gardênias e outros tipos de jasmins a perfumar o ar de maneira quase excessivamente deliciosa.  Marianne North (1830-1890) FONTE: In: BANDEIRA, Júlio. A viagem ao Brasil de Marianne North - 1872-1873 . Rio de Janeiro: Sextante, 2012. p. 160.  Bignonia venusta . Pintura de Marianne North (1830-1890) www.plantillustrations.org
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          [...]. Vimos nessa cercadura vegetal, grande número de aves aquáticas. Alguns troncos de árvores mortas lhes serviam de poleiro, e os ramos estavam carregados de gaivotas, todas na mesma atitude e voltadas para a mesma direção, fazendo face ao vento que soprava violentamente contra elas. Patos e ciganas abundavam nessas paragens, e, uma ou duas vezes, fizemos as araras erguerem o voo na mata, não só a arara escarlate, verde e amarela, como também a azul, infinitamente mais linda. Fugiram diante de nós, com a sua plumagem brilhando ao sol, e desapareceram logo por entre as árvores, em busca de retiro mais profundo e inacessível.. [...]. FONTE: AGASSIZ, Luís; AGASSIZ. Elizabeth Cary. Viagem ao Brasil 1865-1866 . Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2000. p. 336. (Coleção O Brasil visto por estrangeiros).    Araras J. Th. Descourtilz.. Ornithologie brésilienne, ou, Histoire des oiseaux du Brésil - remarquables par leur plumage, le...

As Leguminosas e Bignoniáceas no Pará

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          No Pará, as Leguminosas e as Bignoniáceas, tanto árvores como lianas, superam todas as demais ordens no que concerne à abundância e beleza de suas flores. Dentre as primeiras, as gigantescas Cássias e uma espécie de Selerolobium são coroadas com uma profusão de flores douradas, mas bem mais elegantes são as alvíssimas flores da Bauhinia , que lembram plumas, encaixadas nas folhas, de aspecto parecido com cascos de animais. [...].  FONTE: SPRUCE, Richard. Notas de um botânico na Amazônia . Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2006. p. 62. il. (Reconquista do Brasil (2a. série), v. 236). Cassia fistula Marianne Noth. Paintings . t. 336

O canto das aves depois da tempestade

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          [...]. A tempestade aproxima-se e estala, a chuva desaba em torrentes. A própria violência do furacão dissipa-se, carregada para longe e estabelece-se a calma. Então os andorinhões e as andorinhas brincam nos céus onde reina a doçura do ar, os pequenos granívoros recomeçam suas garrulices, o bem-te-vi articula de novo as sílabas que lhe deram o nome e o sabiá, pousado no ramo ainda gotejante, entoa a sua canção magoada.           A natureza parece por então certa harmonia entre o canto melancólico deste pássaro e o declinar do dia, ele torna-se mais agradável, mais tocante após essas horas de terror e quando a terra úmida exala seus perfumes, impressão que não nos pode dar o barulhento gorjeio das aves campestres, sob o aspecto dum sol sem nuvens. FONTE: DESCOURTILZ, J. Th. História natural das aves do Brasil : ornitologia brasileira. 2. ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1983. p. 26. (Coleção Vis Mea in Labore, 4)...

Os Tucanos e sua alimentação

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          Os Tucanos alimentam-se principalmente de frutos carnosos, alguns dos quais envoltos em cápsulas, requerendo, por isso, bicos resistentes para quebrá-los. Entre as grandes aves que se alimentam de frutos, os tucanos apresentam comportamento diferente dos mutuns, araras e papagaios. Os mutuns consomem frutos carnosos e também ingerem as sementes. As araras e papagaios se interessam principalmente pelas sementes. Os tucanos poderiam muito bem ser chamados de "cuspidores de sementes", porque evitam engoli-las, ao contrário de outras grandes aves que se alimentam de sementes nas matas inundadas. É claro que as pequenas sementes, como a dos figos, que não podem ser facilmente separadas da parte carnosa, são engolidas. Durante as cheias, quando os frutos são mais abundantes, os tucanos são muito comuns nos igapós. Sem dúvida, desempenham importante papel como agentes dispersores de muitas espécies de plantas. No entanto, poucos ninhos são encontrados no...

O Bacurau

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          O Bacurau, Caprimulgida, O Bacuaru - mede - léguas, passa a noite pelos caminhos, olhos acesos como coivaras, contando as léguas numa medição  gratuita e sem fim. No Sul chamam-no também Tabaco-bom, Sebastião, Tiom-tiom, e mesmo Corujão.         Parece ter havido uma lenda, desaparecida nos elementos essenciais. Resta uma frase: - é dizendo e bacurau escrevendo, valendo a indiscutível veracidade na afirmativa. É amuleto - pena da asa de bacurau cura dor de dente e algumas outras, dispostas entre a manta e a sela, fazem com que o cavalo não caia nem salte rio cheio.  FONTE: CASCUDO, Luís da Câmara. Aves e pássaros no folclore brasileiro. Revista do Livro , v. 5, p. 59, set. 1960. Urutau ELETRONORTE. Brasil 500 pássaros. 2000. Desenho de Antônio Martins