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Periquito-rei

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     Bandos de verdes periquitos-reis, com o redor dos olhos amarelo [...], vagueiam ao acaso, sem descanso, entre as árvores, gritando agudamente, levando vida de boêmios, impelidos, ao que parece, só pelo capricho do momento. FONTE:  GOELDI, Emílio A. Maravilhas da natureza na Ilha de Marajó (Rio Amazonas). Boletim do Museu Paraense de Historia Natural e Ethnographia (Museu Goeldi) , Belém, t. 3, p. 383, 1902.   Periquitos-rei (Detalhe) Album de aves amazônicas - 1900-1906 Desenho de Ernst Lohse (1873-1930)

Ingá

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         [...]. Quando se viaja em canoa, águas acima, pelo Amazonas ou Tocantins, vai-se beirando a margem vendo-se, portanto, todos os pontos da ribanceira.          Uma das dificuldades dessa navegação são os paus de ingá, e outros, que crescendo à flor d´água, deitam galhos paralelos à superfície e tão chegados à água, que não é possível passar por baixo, tornando-se necessário alargar-se a canoa por fora pela correnteza, para se poder dobrar esses cabos artificiais. [...]. FONTE: MAGALHÃES, José Vieira Couto de. Viagem ao Araguaia . 4. ed.  São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1938.   p. 27-28. (Biblioteca Pedagógica Brasileira. Série 5ª. Brasiliana, v. 28). Inga sp. Britton, N. L.; Horne, F. W. Popular flora of Puerto Rico. Desenho de F. W. Horne. www.plantillustrations.org

Um amanhecer no Pará

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            [...]. Às cinco horas, começa a amanhecer de todos os lados; um cinzento, fino e uniforme, corado pelo alvor e assim alegrado, cobre o céu; só o zênite é de cor mais escura. As formas das árvores aproximam-se cada vez mais; o terral, que levanta do leste, agita-nos lentamente e já aparecem reflexos róseos nas copas, lembrando abóbodas dos troncos de Caryocar , Bertholetia e Symphonia . Os galhos e as folhas agitam-se; os sonhadores despertam e banham no ar fresquinho da manhã [...]. FONTE: SPIX, J. B. von; MARTIUS, C. Fr. von. Viagem pelo Brasil (1817-1820) . Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2017. v. 3. p. 19. (Edições do Senado Federal, v. 244-C). Caryocar villosum F. C. Hoehne. Plantas e substâncias vegetais tóxicas e medicinais .   1939.  

Ubuçu: uma notável palmeira.

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          Desembarcamos numa ilha cheia de coqueiros, onde acendemos fogo e pusemos a ferver a chaleira para o chá. Afastei-me um pouco para o interior da ilha e me causou espanto o seu aspecto. A terra ficava abaixo do nível alcançado diariamente pela maré, de modo que não se via vegetação rasteira e o solo se mostrava inteiramente nu. As árvores consistiam, em sua maior parte, de uma única espécie de palmeira, a gigantesca Mauritia flexuosa de folhas em leque. Unicamente na orla havia uma outra espécie, em pequeno número, a igualmente notável palmeira denominada ubuçu, ou Manicaria saccifera . As folhas da ubuçu são eretas e sem recorte, medindo vinte e cinco pés de comprimento por seis de largura, todas elas dispostas no topo de uma haste de quatro pés de altura, e sua aparência faz lembrar uma gigantesca peteca. As palmeiras de folhas em leque, que cobriam praticamente a ilhota inteira, tinham enormes troncos lisos e cilíndricos, medindo um metro de di...

Saíras: aves de grande beleza!

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            As saíras são aves de grande beleza ornamental e rivalizam com os beija-flores no variegado dos coloridos.      Há até espécies em que parece ter a Natureza andado a experimentar sua paleta de artista, acumulando aqui e ali pequenos borrões, manchinhas, de tudo resultando um mostruário de cores vivas, animadas e harmoniosas. Mas esses cromozinhos, espertos e curiosos, essa passarinhada quase rutilante em seus trajes é acusada seriamente de estragar os frutos. [...]. SANTOS, Eurico. Pássaros do Brasil : vida e costumes das aves no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: F. Briguet, 1952. p. 198. Saíras Descourtilz, J. T. Oiseaux brillans du Brésil.  1834. www.biodiversitylibrary.org

Papagaios e araras em seu habitat

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          Comer e dormir no mesmo lugar pode ser perigoso para um animal, porque aumentam as chances de os predadores localizá-lo. Araras e papagaios amazônicos evitam esse problema, voando para os locais onde se alimentam, e retornando para o habitat onde dormem ao final da tarde. As matas inundadas da Amazônia desempenham um duplo papel na ecologia das araras e papagaios. Primeiramente, de qualquer lugar onde estiverem, as araras e os papagaios amazônicos retornam para a mata inundada ou ribeirinha para pernoitar. Eles também parecem escolher os locais de alimentação e de pousada em margens opostas de um rio. De manhã cedo, voando tão próximos que parecem ser uma única ave com quatro asas, os pares são avistados e ouvidos atravessando o rio para chegar aos locais de alimentação. Frequentemente, o tráfego de araras e papagaios pode ser considerado de mão dupla, pois os bandos, partindo e margens opostas, passam um pelo outro em pleno voo.   FONTE: GOU...

As praias nos rios da Amazônia

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         [...]. Quanto aos rios, alguns como o Solimões (Amazonas) e o Japurá, são largos de muitos quilômetros e cheios de ilhas arborizadas, com as margens elevadas, em cujo centro encontram-se lagos. Estas ilhas geralmente se afundam inteiramente, na época das cheias, enquanto que, na estação seca, estendem-se por praias às vezes bem grandes, onde as tartarugas vêm escavar para colocar seus ovos. Outros rios são estreitos em relação a seu curso, pois o Juruá, apesar de seus 4.000 quilômetros de comprimento, e o Jutaí, com seus 2.000 quilômetros, não chegam a 600 metros de largura, na sua boca. Assim que alcançam uns trinta metros de largura, apresentam praias em todas as curvas, as quais se sucedem incansavelmente da direita à esquerda e da esquerda à direita até a sua confluência. Essas praias seriam ótimas estações balneárias, caso não estivessem infestadas pela presença de jacarés e se o lugar fosse mais povoado  e mais alegre. Entre a grande flo...