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Mostrando postagens de junho, 2024

Os mururés e uaupés na água cristalina e serena do lago

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          É muito agradável percorrer o lago, durante a noite, aqui, nesta solidão. O coaxar das pererecas, os roncos dos jacarés, o piado dos bacuraus parecem muito amplificados na quietude da noite. A luz da lua, projeta a imagem, dos mururés e dos uaupés na água cristalina e serena do lago e enche de sombras e pavores justificados o ambiente, trazendo à alma, apesar do espetáculo de beleza que oferece, uma inquietação que se acentua, se começamos a pensar nas cobras grandes, nos minhocões, nas boiunas ou nos jacarés de dentes aguçados que nos espreitam, ansiosos por um contato pouco amistoso. [...]. FONTE: CARVALHO, José Cândido de Melo. Notas de viagem ao Rio Paru de Leste. Publicações Avulsas do Museu Nacional , Rio de Janeiro, n. 14, p. 75, 1955. Victoria regia  Litografia de Ernst Heyn, 1892.  

Colhereiras de tom rosado

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          [...]. À beira dos rios escutam traiçoeiros os jacarés, passeiam nostalgicamente jacamins e mutuns, este negro de cristas amarela, como áureo diadema, ambos pernaltas; aquele com o seu canto monocórdico, gutural; este soltando na noite silenciosa um som contundente de corda de harpa repuxada com violência; as colhereiras de tom rosado, os casais de torcazes e as garças - brancas ou cinzentas - aristocráticas, que traçam no azul cobaltino, no esplendor dos poentes inenarráveis, um recorte airoso por sobre a multiplicidade bem harmonizada de verde, estranha sinfonia de uma só cor em múltiplos tons. FONTE: BETTENCOURT, Gastão de. A Amazônia no fabulário e na arte . Lisboa: Prodomo, 1946. p. 58-59.  Colhereira Ilustração de J. Th. Descourtilz (1796-1855)

Nesses recessos silenciosos ...

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          Tomamo-nos de admiração  vendo vegetais amontoados que entre si disputam a liberdade de crescer, elevar-se, procurar a vida, um ar puro e a claridade, em alturas prodigiosas, espalhando a sombra e a morte a seus pés, enquanto que inúmeros fetos e musgos recobrem de fina camada verde os destroços de um tronco que há muitos anos deixou de existir!...           Quem não admirará árvores de dimensões gigantescas que após terem lutado contra vários séculos veem-se cingidas e perecem sob o abraço de enormes lianas que de formas várias se apresentam, ora esticadas como cabos, trançadas como rede, ora enroladas em espiral regular, vazia em consequência da decomposição do tutor ao qual sua existência parecia estar ligada, formando então colunas ocas cuja base se fixa no solo e o cume avança para o céu e aí se coroa de folhas.      Nesses recessos silenciosos, quantas espécies de pássaros vivem e morrem ignoradas. Bandos numerosos de tangarás, ou gaturamos, saíras, povoam essas solidõe

O Cipó-Escada-de-Jaboti

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          Das lianas, que estas, sim, não só pela multiplicidade dos seus exemplares, como pelo vigor e variedade das suas espécies (já foi estimado que a proporção de plantas escandentes entre a Europa e os trópicos é de uma para dez) dão um fácies todo especial à flora amazônica, convém destacar, entre muitas, o cipó-d´ água, o cipó-d´alho ,  o cipó-caboclo, o unha-de-gato e o escada-de-jaboti, todos de grande envergadura, sendo que de um deles já se observou exemplar cujo sarmento, a enroscar-se em troncos e ramos até que cobrisse a copa de uma árvore, se estirava por mais de duzentos metros de comprimento. FONTE: CRULS, Gastão. Hiléia amazônica . Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2003. p. 14-15. (Reconquista do Brasil (2a. Série). v. 170). Cipó-Escada-de-Jabuti ( Bauhinia sp.) Fotografia cedida pelo Prof. Daniel Rebisso Giese tirada na Ilha de Colares  - PA  em maio de  2024. .