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Mostrando postagens de dezembro, 2023

A palmeira Inajá

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          Eu e o velho Comandante da Praça giramos dum lado para outro, numa elegante canoa, através da floresta. Flutuamos entre as copas de grandes árvores que dantes se elevavam muito acima do rio. A mata refletia-se na água negra com toda sua beleza e os mais nítidos contornos. A palmeira inajá mirava-se com infinita graça na água, vendo seus cachos verdes no fundo. Pode-se bem empregar essa metáfora, quando se avista a nobre Maximiliana regia à margem do tranquilo igarapé. Esguia e sem espinhos, armada só de sua candura, eleva-se a 40 até 50 pés de altura acima da mata; suas folhas airosas e leves sobressaem no topo dos nobres troncos. Mas os folíolos são infinitamente delicados e flexíveis, como grandes folhas de gramíneas.      Pendem em encantadora desordem dos pecíolos, e sussurram as velhas e misteriosas canções da floresta em eterna mocidade, dum modo juvenil. Essa música da Natureza é escutada com especial agrado pelo europeu que constrói seu domicílio à margem da sussurr

Patauá

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          [...]. Chamam a atenção   milhares e milhares  de coqueiros com enormes cachos pendentes, onde se agarram araras multicores e bandos incontáveis de baitacas, tiribas, araguaris e outros da mesma família psitacidea. Mudam de copa em copa, ou elevam-se nos ares barulhentas, em busca de outras paragens. Na tarde ainda luminosa, passam os bandos de marrecas para lagoas escondidas na mata e as garças debruam de arminho as árvores vizinhas do caudal.              Nesse fundo seco de lagoa que forma  uma planície dilatada, havia milhões desses coqueiros chamados patauá. Os cocos, produzem excelente óleo comestível, cujos elementos nutrientes são superiores aos dos melhores azeites de oliveira. [...]. FONTE: BARROS JUNIOR, Francisco de. Caçando e pescando por todo o Brasil . 4a. Série: Norte - Nordeste - Marajó - Grande Lagos - O Madeira - O Mamoré. São Paulo: Melhoramentos, [1948?]. p. 283.  Patauá ( Oenocarpus bataua ) J. Barbosa Rodrigues (1842-1909). Sertum palmarum brasiliensi

Os Surucuás

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          Sem dúvida, entre as aves mais bonitas da floresta pluvial amazônica estão os surucuás machos, com seus estômagos resplandecentes, verde-metálico, azul e vermelho ou alaranjado. As fêmeas são pardas, como acontece com muitas espécies de aves. Os surucuás as únicas espécies do grupo que frequentemente entram nas matas inundadas da Amazônia central. Os surucuás são aves solitárias. Da mesma forma que os anambés, elas não se empoleiram para apanhar frutos, mas os arrancam em pleno voo e os levam para outro local para consumi-los. Esse é também um bom comportamento de dispersão de sementes. Além de frutos, os surucuás consomem insetos voadores, que capturam pelas asas. Também exploram uma variedade de invertebrados terrestres ao longo das margens do igapó.           Os surucuás não constroem ninhos propriamente ditos, mas escavam buracos em árvores abandonadas por cupins. Os ninhos de cupins também são divididos com outras aves, como alguns periquitos [...]. FONTE: GOULDING, Mich