Uma Bromeliácea como um gigantesco ananás

        [...]. Aí brilha subitamente no meio da escura folhagem o cacho cor de fogo com 30 centímetros de altura, de uma Bromeliácea como um gigantesco ananás. Atraem-nos então novamente a atenção as mais lindas orquídeas que em parte trepam pelos troncos eretos como círios, em parte cobrem agreste e pitorescamente os galhos que raramente se ramificam abaixo de 20 a 30 metros do chão.

           A grande fertilidade do solo parece que deixa as árvores crescerem demais ao mesmo tempo juntas umas das outras, de maneira que no princípio nenhuma encontra espaço para se ramificar, e daí uns troncos esforçarem-se mais por exceder outros e conquistar espaço mais em cima. Ali, onde galhos pequenos nascem dos grandes ou ali, onde estes se bifurcam, costumam as Bromeliáceas aninhar-se, tornando-se muitas vezes colossos, iguais a um Aloe da altura de um homem, e olhando dessas vertiginosas alturas para o viandante embaixo, curvam-se graciosamente.

FONTE:

ADALBERTO. Príncipe da Prússia. Brasil: Amazônia-Xingu. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2002. p. 114. il. (Coleção o Brasil visto por estrangeiros).


Bromélia Pseudo-Ananas. Banisteria fulgens (Detalhe)
 Sydney Parkinson ilustrações botânicas de espécies brasileiras na expedição de James Cook 1768- 1769





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