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Mostrando postagens de janeiro, 2022

Os festões das Passifloráceas

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             [...] Chamou-nos a atenção o pitoresco e inusitado aspecto apresentado pelas margens do rio quando o sol despontou. O curso d´água, embora não passasse de mero afluente do Amazonas, era mais largo que o Tâmisa. As margens mostravam-se ininterruptamente revestidas de densa floresta. Os mangues apareciam com frequência, com suas raízes que desciam dos galhos buscando a água, de aspecto bastante curioso. Pudemos ver os frutos de algumas dessas árvores, dos quais saía um rebento que descia até a água, constituindo, uma raiz secundária da árvore-mãe. Atrás dessa vegetação de alagadiços, erguiam as grandes árvores da floresta, entremeadas de açaís, miritis, e outras palmeiras, enquanto que os festões das passifloráceas e convolvuláceas pendiam até à superfície da água.   FONTE: WALLACE, Alfred Russel. Viagens pelos rios Amazonas e Negro . Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1979. p. 38.; il. (Reconquista do Brasil, v. 50). Maracujá ( Passiflor

Frutos do Marajó

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            Vencida a parte sudoeste da ilha, começam a surgir nos taludes ribeirinhos os taperebás ( Spondias lutea ), excepcionais como vinhos e sorvetes. Já nos Estreitos de Breves, na parte côncava dos barrancos, avulta a família numerosa dos ingás. Aqui o ingá-chichica ( Inga heterophylla Willd.), ali o ingá-cipó ( Inga edulis Mart.), acolá o Ingá-de-fogo ( Inga velutina Willd.). A eles se mistura, de longe em longe, visto não ser palmeira amante do sol, a bacaba ( Oenocarpus distichus , Mart.) nas suas variadas manifestações. Junto a ela, isolado sempre, distingue-se o jenipapo ( Genipa americana L.) [...]. FONTE: MORAIS , Raimundo. O homem do Pacoval . São Paulo: Companhia Melhoramentos de São Paulo, [1939]. p. 253-254. Taperebá ( Spondias lutea ). Kerner, J. S. Hortus sempervirens, v. 75, 1829. www.plantillustrations.org

As suntuosas Victorias régias

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            O lago enorme parecia ter segredos que procurava esconder aos olhos humanos. Uma grande moita de arbustos ocultava a entrada de um furo estreito a correr serpenteando entre galhos e cipós. Depois aparecia outro lago pequenino e sombreado, onde mal penetravam as réstias da luz, e onde havia um silêncio maior, mais amplo, mais profundo - um abafado silêncio de templo ao abandono.      As árvores marginais, elevadas e vetustas, estendiam densa penumbra, que dava à água represa um tom luzente e negro.        E sobre a água, na religiosa mudez do recanto, na tristeza dos ramos curvados, na misteriosa quietude da mata - flutuavam grandes folhas circulares, e surgiam, no esplendor e na doçura das pétalas brancas, suntuosas victorias régias. [...]. FONTE:    PINHEIRO, Aurélio.  À margem do Amazonas . São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937. p. 123-124. (Biblioteca Pedagógica Brasileira. Série 5a. Brasiliana, v. 86). Victoria regia Marianne North.  Paintings . t. 1 www.plantillu