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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

As aves do Marajó

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"[...]. O anu-preto, menor que o anu-coroca, frequenta os campos e pousa nas costas do gado para devorar-lhe os carrapatos. O japiim imita o canto dos outros pássaros. Seu ninho é em forma de saco alongado, suspenso aos galhos das árvores. O marrecão, espécie de ganso amazônico, [...], é bem menos arisco que as marrecas. Deveras curioso é o grito dos jacamins: lançam primeiro uma chamada sonora e, depois fechando o bico, fazem ouvir um rumor surdo que diminui pouco a pouco de intensidade: são ventríloquos. Para Buffon, o beija-flor (Colibri) é, de todos os seres vivos, o mais elegante na forma e o mais brilhante pela variedade das cores - verdadeira joia da Natureza que, favorecendo-o o cumulou de dotes apenas distribuídos entre as outras aves. A esmeralda, o rubi, o topázio, brilham sobre suas penas que ele jamais suja com a poeira da Terra e, na sua vida - toda aérea -, vemo-lo apenas tocar a relva por instantes. Sempre no ar, voando de flor em flor, só habita os climas onde

Árvores notáveis

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"Grande é o número de vegetais, que poderão merecer a atenção de círculos técnicos por causa das suas fibras e aos quais mais dias, menos dias, a indústria têxtil saberá dar o seu justo valor. Citaremos aqui somente de passagem por exemplo o tauari ( Coutari sp.), a piaçava ( Leopoldinia piassaba ), diversas Bromeliaceas, chamadas vulgarmente "cruatás", das quais certas espécies são cultivadas pelos Índios (vi no alto Capim um índio Tembé confeccionar uma ótima corda de arco em menos de um quarto de hora), etc, etc. Grande o número de árvores notáveis pela qualidade da sua madeira. Um trabalho tratando desta matéria com alguma individuação, iria forçosamente avolumar-se em grosso livro. Devemos limitar-nos aqui a dar uma resumidíssima lista nominal de árvores cuja identificação foi conseguida pela seção botânica do Museu Paraense. Entre todas as famílias vegetais as que fornecem as melhores madeiras são aqui as Leguminosas, as Sapotaceas, as Lecythidaceas e as Lau

As viçosas matas marajoaras

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"A grande ilha encantada da foz do Amazonas, por suas incomparáveis belezas naturais, é formada a sudoeste por exuberante e espessa floresta virgem. A floresta Marajoara é surpreendente, viçosa e luxuriante. Em qualquer parte que a descortinamos, que a contemplamos, temos a mesma impressão: ela é uniforme. Só com acréscimo de alguns madeiros, mas o aspecto é sempre o mesmo. Ela é fecunda e inesgotável, de uma inexcedível prodigalidade. Ela é um pedaço deste grandioso Brasil. As matas Marajoaras são tão viçosas, parecendo que a Natureza caprichou vaidosa, num jogo de e grandiosa força. Os seus madeiros erguem-se para o alto, para o espaço azul, firmes, soberbos e altaneiros, dominando as outras árvores menores. Levantam-se em desacordo; uns vergam-se para cá, outros só depois de terem alguns metros de caule; uns adquirem formas exóticas, outros apenas possuem meia dúzia de galhos mal dispostos. Estão cheios, repletos de cipós que se enroscam em torno de seus troncos; de lianas

A saborosa refeição das araras

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"O estípite liso, pardacento, sem manchas mais que pontuadas estrias, sustenta denso feixe de pecíolos longos e canulados em que assentam flabelas abertas como um leque, cujas pontas se acurvam flexíveis e tremulantes. Na base e em torno da coma, pendem, amparados por largas espatas, densos cachos de cocos tão duros, que a casca luzidia, revestida de escamas romboidais e de um amarelo-alaranjado, desafia por algum tempo o férreo bico das araras. Também, com que vigor trabalham as barulhentas aves antes de conseguir a apetecida e saborosa amêndoa!  Em grupos juntam-se elas, umas vermelhas como chispas soltas de intensa labareda, outras, versicolores, outras pelo contrário de todo azuis, de maior viso e que, por parecerem negras em distância, têm o nome de araraúnas. Ali ficam alcandoradas, balouçando-se gravemente e atirando, de espaço a espaço, às imensidades das dilatadas, quando não seja um clamor sem fim, ao quererem muitas disputar o mesmo cacho. Quase sempre, porém, es