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Mostrando postagens de janeiro, 2019

As Aves no Pará

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"O Estado do Pará possui uma variada coleção de aves de todos os tamanhos, desde o majestoso "jaburu-moleque", até o delicado "beija-flor". Citaremos os mais comuns. Muitos são notáveis pela vivacidade e pela riqueza do seu colorido (araras, guarás, tucanos, beija-flores, etc.), mas se alguns dispõem de uma voz potente e perturbam frequentemente o silêncio solene da floresta com a sonoridade dos seus gritos discordantes (araras, papagaios, aracuãs, socó-boi, aratauí, etc.), menos numerosos são os que merecem apontados pela flexibilidade de sua garganta (patativa, caraxué, bicudo, canário da terra, irapuru, etc.) e nenhum pode, neste ponto de vista, ser comparado aos melodiosos cantadores europeus, o rouxinol, o melro, a toutinegra, o canário. Em compensação, a Amazônia é o país de predileção das aves faladoras: araras, papagaios, periquitos, maracanãs e curicas, todas mais ou menos suscetíveis de imitar a voz humana, e circulando em bandadas ensurdecedoras. [

Dra. Emília Snethlage e seu encontro com mamíferos

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"[...]. Atrás da vila, existe uma estreita faixa de terra coberta com capim e arbustos baixos, que chamo de "sertão", e logo depois dela assoma a mata virgem. Para chegar até esta, é preciso, no momento, patinhar na água por uns cem metros, ou muito mais, por uma espécie de lama fluída, cujo solo forma uma massa escorregadia e barrenta, da qual só com extrema dificuldade se consegue puxar os pés. É preciso tomar cuidado ao andar, senão se fica enfiado em pé como se estivesse sentado, como eu outro dia. Fiquei lá, entalada naquele líquido nojento, não até o joelho, como é comum ficar, mas até a cintura. Sorte que, para alívio geral, logo antes de entrar  na região de mata mais alta, há um igarapezinho lindo com cascalho no fundo e água transparente onde aproveito para me lavar. Depois disso, entro num caminho bem estreito em meio à profunda solidão da mata, da qual só consigo sair quando o meu estômago começa a roncar alto. Contudo, ainda não vi muito da abundância de o

Concerto noturno no Tocantins

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"Toda noite, enquanto estivemos no curso superior do rio, escutávamos um verdadeiro concerto de rãs, composto de sons realmente extraordinários. As rãs emitem três tipos de sons, fazendo-o, não raro, simultaneamente. Um desses sons era aquele que efetivamente se pode esperar ouvir de uma rã, ou seja, um coaxar lúgubre. Mas os outros dois não lembravam nenhuma das vozes de animais que eu porventura já tivesse ouvido, antes parecendo o barulho de um trem-de-ferro que se aproximava e o ruído do malho do ferreiro batendo na bigorna. A semelhança era tão grande que por mais de uma vez, enquanto cochilava na embarcação, cheguei a acreditar  que estivesse em minha casa escutando familiares ruídos do trem-correio que chegava e do martelar dos caldeireiros na sua faina cotidiana. O contra canto era feito pelos guaribas, ou macacos-gritadores, com seus medonhos guinchos, pelas cigarras e pelos gafanhotos, com sua estridente e dissonante chiadeira e pelas saracuras e outras aves aquáticas,

A literatura de Raimundo Morais

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"[...]. E o livro de Raimundo Morais, como toda a sua obra apaixonada que no conhecimento íntimo da labiríntica planície, em todos os seus segredos inviolados, em todos os seus mistérios não revelados se alimentou, põe claridades ofuscadoras nesse pedaço privilegiado da Terra que, se não for o verdadeiro "paraíso verde", o que positivamente está longe de ser, é esse "inferno verde", arrepiante e funesto que nos descreve Alberto Rangel, aliás em páginas grandiosas e belas. [...].  Bem salienta esse mesmo Raimundo Morais: "A literatura amazônica, na beleza pagã de moldes seus, vazados no símbolo augusto da terra e no pitoresco das alegorias autóctones, vem vindo vem chegando para a aleluia cantante da vitória, à proporção que os nossos filhos deslumbrados interpretam a natureza doce e tumultuária do paraíso verde. Árvores e quelônios, trevos e borboletas, parasitas e quadrúpedes, samambaias e cobras, vitórias-régias e jacarés, o mundo animado e virente

As grandes borboletas azuis

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"Em matéria de insetos, o lugar não era dos melhores, havendo poucas trilhas na floresta que possibilitassem a sua coleta, pois é nesses caminhos que eles se acumulam. Tenho constatado continuamente que nos caminhos que atravessam a floresta vicejam certas variedades de plantas cujas flores são um irresistível atrativo para inúmeros insetos. O surgimento dessas plantas é devido à intermitência de luz solar e sombra que ali ocorre. Assim é que as veredas florestais tanto atraem a nós outros quanto atraem numerosos tipos de insetos, especialmente as borboletas. Entre essas, as mais comuns são as grandes e azuis, mas há também diversas outras pequenas que sentem a mesma atração, sendo capaz de percorrer essas trilhas, voando, por milhas seguidas. Quando espantadas, refugiam-se temporariamente na floresta, voltando logo depois para continuar o trajeto. Alguns desses insetos devam ser atraídos pelos raios de sol que neles penetram; outros, pela corrente de vento que neles se forma, o