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Mostrando postagens de abril, 2018

As florestas com sua vegetação extraordinária

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"Nas florestas menos majestosas, em que os raios do sol penetram facilmente, descobre-se nas formas da vegetação uma variedade extraordinária, uma abundância não conhecida em outras regiões. mas o olho do naturalista se torna aqui mais necessário, e ele tem, nesta graça majestosa, belezas que só a ciência pode revelar. "A vida, a mais abundante vegetação, diz um viajante, estão espalhadas por toda parte; não se encontra o menor espaço de terra desprovido de plantas". Ao longo de todos os troncos de árvores, vêem-se florescer, subir, enrodilhar-se, agarrar-se aos martírios, os caládios, os dracônitos, pimentas, begônias, baunilhas, fetos, líquens, musgos de espécies variadas. As palmeiras, as mimosas, as bignonias, os ingás, os cinchos, os azevinhos, o loureiro, a murta, o jacarandá, as vismias, as sapucaias, a figueira e mil outras espécies de árvores, a maior parte ignoradas, compõem as florestas. A terra está juncada de suas de suas flores, e dificilmente se identi

À medida que o dia avançava

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"Quase sempre soprava um vento brando à medida que o dia avançava; recolhíamos então as nossas redes de dormir, içávamos todas as velas e a embarcação deslizava rio abaixo animadamente. Pena preferia que o almoço fosse preparado em terra quando não havia vento, ou este era muto fraco. Por volta de meio-dia procurávamos um recanto calmo na beira da mata, onde houvesse uma clareira suficiente para nela acendermos fogo. Eu dispunha então de uma hora para caçar nas vizinhanças, sendo quase sempre recompensado com a descoberta de novas espécies. Entretanto, durante a maior parte de nossa viagem parávamos na casa de algum colono, armando a nossa fogueira no seu embarcadouro. Antes do almoço era nosso hábito tomar banho no rio, e em seguida, de acordo com um costume generalizado no Amazonas - onde com efeito parece justificado, tendo em vista a pobre dieta de peixe da região - cada um de nós tomava meia caneca de cachaça, como aperitivo; finalmente acomodavamo-nos para saborear a refei

As folhas numerosas da vitória-régia

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"[...]. Os periantãs de canarana, soltos das margens como navios verdoengos das iaras, sobem e descem no vai-e-vem manso das marés. São esmeraldinos tufos flutuantes de gramínea ondulada pelos ventos. Aí pousam as aves aquáticas, pensativas umas, vigilantes outras, mas todas atentas para dentro dessas ilhas suspensas na flor da corrente, a ver se descobrem, no intrincado labirinto das raízes, os peixinhos, os insetos, as células que se escondem sob os talos de capim. Às vezes, para amortecer a vaga, o tapuio mete a canoa em que marisca nesses tapetes errantes e vai, ao sabor do monção, filosoficamente, perscrutando os sítios daquela derrota imprevista para ele. Nalgumas lagoas mais quietas, paradas e negras, fora da ação das quadraturas e das sizígias, repontam, no esmalte verde dos charões vegetais debruados de tinta ferrugenta, as folhas numerosas da vitória-régia. Marchetam a superfície. De clorofila carregada, quase glauca, com pedúnculos exteriores e floridos, que se ergu

Tanguru-pará

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"[...]. Não víamos, atravessando o espaço, a águia altiva ou qualquer outra ave de rapina; não ouvíamos da mata sair o rugido de um tigre ou o grito de um selvagem; na atmosfera azul, pares de garças alvas, com os pés pendidos para baixo, voavam de uma ilha para outra, e as gaivotas, redemoinhando, com os gritos tão conhecidos dos marítimos, pescavam na cerúlea extensão do rio; das abertas clareiras da mata se erguia o coro alegre de uns passarinhos negros de bico escarlate, a que chamam Bicos-de-brasa, aqui conhecidos com o nome de Tanguru-parás, volteando ao redor de alguma lagoinha, que as chuvas da véspera ali tinham deixado". Ignacio Baptista de Moura (1857-1929). De Belém a S. João do Araguaia : Vale do rio Tocantins. 1989. p. 172. Tanguru-Pará à direita. Álbum de Aves Amazônicas . -  1900-1906. Desenho de Ernst Lohse (1873-1930)

O sabiá!

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"O sol da tarde derramava maravilhosas luzes e espessas sombras sobre a água e a floresta. Os cimos das árvores abrasavam-se no arrebol do poente; brilhavam os japus com mais fulgor nas suas habitações aéreas, e por toda a parte trauteava o sabiá a melodia de seu saudoso canto. O sabiá! Este é para o Brasil o pássaro cantor da elegia, do amor e da saudade, ele e as palmeiras são o símbolo da Terra de Santa Cruz, da qual diz o poeta inspirado: Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá! O sabiá é uma espécie de melro, que faz ouvir por toda parte melodioso canto; fala ao ouvido e ao coração, conforme o humor deste, quando a melodia penetra no primeiro. [...]. Não tardam, porém, a misturarem-se outras vozes da floresta aos jambos flauteados do pequeno cantor. Muitos anus ou crotófagos saltitavam, gritando de um lado para outro; pica-paus praticavam seus últimos bate-bates nos troncos; as araras atrasadas gritavam aos pares no ar; o macuco, um cripturus,  fez ouvir s