Um silêncio sinfônico na mata
"[...]. A princípio, ainda os olhos fixavam o revestimento deste tronco e de outro, e outro, e outro, mas, depois, abandonavam-se ao conjunto, porque não havia memória nem pupila que pudesse recolher tão grande variedade. Só de frutos que não se comiam e apodreciam na terra porque nunca ninguém se arriscaria a saber se eles davam apenas volúpia ou também intoxicação, havia mais espécies do que todas as que se cultivavam em pomares europeus. [...]. E por toda a parte o silêncio. Um silêncio sinfônico, feito de milhões de gorjeios longínquos, que se casavam ao murmúrio suavíssimo da folhagem, tão suave que dir-se-ia estar a selva em êxtase. Às vezes, era certo, uma imprevista e pânica restolhada de folhas e asas levava Alberto a parar e a agarrar-se, instintivamente, ao braço do companheiro. - É um inhambu - explicava Firmino, sorrindo. Mais adiante, um lagarto, correndo sobre a folhagem morta, de novo o galvanizava. Mas o silêncio volvia. E, com ele, uma longa, uma in