Literatura: O esplendor da floresta equatorial

Alfredo Lamartine em Tricentenário da Fundação de Belém. Pará: Livraria Bittencourt, [19--?]. p. 75-76, comenta sobre a exuberância de uma floresta tropical:


        Em nenhum recanto da terra a vida vegetativa é mais exuberante do que na depressão amazônica, nem se estende sobre tão amplos domínios. É a floresta equatorial com seu viço, a sua seiva, as suas grandes formas arborais, a sua pompa, o seu esplendor, que deteve Humboldt, encantando Spix e Martius, surpreendidos. Acompanhando o Amazonas em sua horizontalidade característica, divergindo para os vales laterais, seguindo-os, acompanhando-os desde as nascentes até a foz, espraiando-se em todos os sentidos, vasta, magna e virgem, a selva, aqui por estes longes do Brasil setentrional é uma admiração. É obra das grandes águas e do sol do equador, de que V. Hugo já dizia:

"O sol do equador sobre

as águas do Nilo

Fez de um lagarto um crocodilo" 


        Tudo, na vida vegetal, aqui, é grande.

    No critério do ilustre botanista, a floresta amazônica apresenta-se sob duas modalidades: emersa e imersa. A floresta emersa é a que reponta no tipo das grandes árvores de tecido resistente. É o domínio das lianas e das orquídeas, a região das plantas medicinais, das árvores que fornecem elementos à construção naval, à tinturaria e a carpintaria. A floresta imersa é constituída pela vegetação de médio desenvolvimento, tronco vasoso, tecidos moles e cheios d´água. É o domínio da palmeira e da victoria-régia. [...]. 


Floresta em C. Fr. von Martius (1794-1868)
 Historia naturalis palmarum - 1823-1850



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